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Conceição afasta crise de identidade no Porto

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O treinador Sérgio Conceição rejeitou que haja uma crise identitária no FC Porto, apesar da saída de futebolistas cruciais e das quebras nos resultados e exibições, na véspera da visita ao Estoril Praia, da Taça de Portugal.

“O FC Porto foi perdendo muitos atletas de grandíssima qualidade e não foi por isso que deixou de se reinventar, gerar novas dinâmicas e ter equipas a jogar de maneira distinta, mas com o mesmo objetivo: ganhar. Não vamos deixar de o fazer. Se há alguma crise de identidade, sou eu que a tenho. A equipa está lá e responde ao que eu quero. Com maior ou menor dificuldade, os jogadores tentam meter cá fora aquilo que lhes é pedido. Nem sempre o temos feito bem, mas estamos todos aqui para trabalhar e melhorar”, analisou.

Sérgio Conceição falava na conferência de imprensa de antevisão ao desafio dos oitavos de final da Taça de Portugal e abordou o impacto gerado no meio-campo pelas saídas ao longo do último verão do colombiano Matheus Uribe e do internacional português Otávio.

“Eles jogavam no corredor central, que é importante para a estabilidade e o equilíbrio da equipa, mas não se pode entrar por aí. Temos gente capaz de corresponder, mas não de igual modo. Pode levar mais tempo e pode notar-se [a diferença], porque eram jogadores muito relevantes. Agora, quando ganhamos, não podemos dizer que esses jogadores já estão esquecidos e temos uma dinâmica fantástica nem podemos dizer o inverso quando se empata, que, para mim, é perder. Jogadores dessa qualidade fazem sempre falta e há que arranjar novas dinâmicas para que a equipa se sinta bem com e sem bola”, advertiu.

O espanhol Nico González chegou do FC Barcelona para ajudar a colmatar as saídas na zona intermediária, mas tem sentido dificuldades de afirmação no ‘onze’ inicial de Sérgio Conceição, ao somar apenas cinco titularidades em 15 duelos, num total de 558 minutos.

“Uma coisa é ter contratações, outra é ter reforços. Com isto, não digo que os que vieram não o são. São reforços, mas a seu tempo. Gostaria de ter o Cristiano Ronaldo e o Lionel Messi nos seus melhores anos. Aí, entravam reforços. Temos feito contratações ao longo dos anos e alguns acabam por ser verdadeiramente reforços mais tarde. Isto é assim em todas as equipas. Sei que o adepto tem muita pressa, visto que estes jogadores já deram uma resposta positiva em outros contextos e equipas. Mas lutavam pelo quê?”, ripostou.

Sérgio Conceição deu também o exemplo do extremo Iván Jaime, que foi eleito o melhor jogador jovem da I Liga na última temporada ao serviço do Famalicão, mas só anotou um golo pelo FC Porto em 439 minutos de utilização, com cinco titularidades em 12 partidas.

“Até posso não entender nada de treino, mas ando aqui há muito tempo, não sou cego e sei ver qual é a evolução. O Iván Jaime esteve dois meses parado e não tinha feito a pré-época. Quando lhe pudemos dar alguma carga e metê-lo ao nível dos colegas de equipa, magoou-se. Voltou há duas ou três semanas. Existem muitas pessoas que não sabem de alguns pormenores e nós temos todos os elementos na mão. Quando eles estão prontos, reagem bem, treinam sem limitações e percebem o que pretendemos em cada momento, fica mais fácil para eu os meter na equipa e para eles aproveitarem o momento”, admitiu.

O FC Porto, detentor do cetro, visita o Estoril Praia, finalista em 1943/44, na terça-feira, a partir das 20:45, no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril, para os oitavos de final da Taça de Portugal, num duelo arbitrado por Fábio Veríssimo, da associação de Leiria.

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