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Já há quase 11 mil alunos de português na Venezuela

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O ensino do português continua a expandir-se na Venezuela, tendo batido o recorde de quase 11 mil alunos a aprender localmente a língua e com a previsão de ser adotada em novas escolas no início de 2024.

“Estou muito otimista. Estamos a crescer todos os anos, não só dentro da comunidade (portuguesa), em cursos organizados nas associações luso-venezuelanas, mas também no ensino do português a venezuelanos”, disse o coordenador local do Instituto Camões (IC).

Rainer Sousa falava à Agência Lusa em Caracas, à margem do X Encontro e do VI Congresso de Professores de Língua Portuguesa da Venezuela, tendo sublinhado que o português faz agora parte do curriculum oficial venezuelano e que conta com dezenas de professores que se formaram na Universidade Nacional Experimental Libertador (UPEL), na cidade de Maracay.

“Já são quase 11 mil estudantes, repartidos em várias escolas e instituições, um pouco por toda o país. Na Venezuela é possível aprender português em escolas dos estados de Lara, Falcón, Arágua, Carabobo, Miranda, Anzoátegui, Nova Esparta, Bolívar, Mérida e na zona metropolitana de Caracas”, disse.

Rainer Sousa explicou ainda que, em janeiro ou fevereiro, quando se iniciar o segundo período académico venezuelano, mais escolas vão um incluir “uma nova disciplina, o ensino do português, dentro do seu programa curricular”.

Adiantou ainda que, ao abrigo do acordo entre o IC e a UPEL, “uma boa parte dos professores” presentes no congresso são jovens venezuelanos que se formaram e estão a dar aulas em escolas de Maracay, Turmero, Cágua e Palo Negro.

“A UPEL tem sede em várias partes da Venezuela e nós queremos trazer o projeto (de formação de professores) para aqui, Caracas”, frisou.

Segundo o coordenador, também a Universidade Central da Venezuela (UCV), onde atualmente dezenas de universitários aprendem português, “quer oferecer um componente docente em língua portuguesa”, e a Universidade de Carabobo está a dar um diplomado na nossa língua.

O sucesso do ensino, disse, tem a ver com “a afinidade com Portugal, uma vez que a Venezuela é lar de uma das maiores comunidades portuguesas” e isso faz com que os venezuelanos tenham contato com eles e porque “o português e o espanhol são línguas próximas”.

“Os venezuelanos que aprender a língua e também conhecer Portugal e o mundo lusófono”, frisou.

Desde terça-feira que a professora Helena Bayán, especialista em Ensino de Português Língua Estrangeira, está na Venezuela a fazer sessões de formação a professores.

“Sou coautora do manual na Crista da Onda e vim à Venezuela porque tive o grato prazer de saber que está a ser adotado nas escolas venezuelanas”, explicou à Lusa.

Helena Bayán frisou ainda que ficou “muito e agradavelmente surpreendida, não só com a quantidade de professores que lecionam português, como também do número de alunos que querem aprender português”.

“Nas ações de formação que tive aqui a fazer em Caracas e Maracay, também fiquei bastante surpreendida e pela parte positiva, com a ótima formação que esses professores têm na língua portuguesa, na motivação deles (…) tem sido uma experiência ótima e excelente e que não estava nada à espera de a ter”, salientou.

Explicou que a Venezuela acolheu muitos portugueses, que é importante que as futuras gerações continuem a aprender e que “as línguas são laços entre os povos, e há que aprendê-las, são uma forma de termos uma maior noção da nossa diversidade e da sua importância”.

“E quando eu falo da língua portuguesa, não falo apenas da europeia. A língua portuguesa é falada em vários países (…) por isso dizemos que há várias línguas portuguesas e todas têm imenso valor, têm de ser respeitadas com as especificidades”, disse.

Sublinhou que o português é uma das línguas mais usadas no âmbito do trabalho, e isso representa oportunidades de trabalho.

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