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Reino Unido

Amigos angariam fundos para ajudar português que salvou família de incêndio

© Pixabay

Amigos britânicos de uma família portuguesa desalojada pelo incêndio numa torre em Londres na quarta-feira iniciaram uma campanha de angariação de fundos para ajudar o “herói Márcio”. A campanha angariou em 24 horas perto de 29 mil libras (cerca de 33 mil euros).

“Os nossos amigos Andreia e Márcio sofreram um evento devastador, com sua casa destruída pelo fogo. Felizmente, nosso herói Márcio conseguiu tirá-los todos para fora, embora eles estejam no hospital, mas estáveis”, revela o autor da campanha, Neil Payne.

O objetivo, refere, é ajudar a reconstruir as suas vidas, pois terão perdido todos os seus pertences no incêndio na Grenfell Tower.

Em declarações ao diário The Sun, Márcio Gomes, de 38 anos, relatou que inicialmente seguiu o conselho dos serviços de emergência para permanecer no apartamento no 21º. andar.

Junto estavam a mulher, Andreia Perestrelo, de 37 anos, e as filhas, Luana, de 12 anos, e Megan, de 10 anos, e outros dois vizinhos que procuraram refúgio na sua casa. Só cerca de duas horas depois, pelas 04:30, lhes foi dito que os bombeiros não conseguiam chegar ao 21º. andar, levando o português a decidir tentar sair do edifício em chamas.

Usando toalhas e lençóis molhados, conduziu a família e os dois vizinhos pelas escadas cheias de fumo, tropeçando no que descreveu serem corpos de vítimas. Quando chegou ao exterior, Márcio Gomes reparou que faltava a filha mais velha, que terá desmaiado e ficado para trás sem que os familiares tenham reparado por causa do fumo.

Ao voltar para trás para procurar Luana, pediu ajuda a bombeiros, que conseguiram resgatar a criança, que foi depois hospitalizada, juntamente com a irmã e a mãe, que estava grávida. Inicialmente sob prognóstico reservado, o estado de saúde melhorou e as três estão fora de perigo, segundo fonte a secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.

Na sequência do incidente, o centro comunitário português ativou um plano de contingência para os 10 residentes portugueses do edifício, todos sobreviventes.

O diretor do centro, Lino Miguel, disse à agência Lusa que têm nas instalações roupa, brinquedos e produtos de higiene recolhidos para entregar às vítimas, duas das quais já beneficiaram destes donativos.

Um dos residentes da torre, Miguel Alves, esteve hoje com a mulher e dois filhos no Consulado Geral em Londres para substituir os cartões de cidadão, destruídos no incêndio.

Alojado em casa de amigos, revelou estar em contacto com as autoridades britânicas para receber uma acomodação que não seja provisória, mas onde possa ficar por um período mais prolongado.

A polícia de Londres atualizou hoje para 30 o número de mortos do incêndio na torre de 24 andares, adiantando que é provável que o número aumente. Além das investigações às causas, que as autoridades não suspeitam ter origem criminosa, foi aberto um inquérito público às circunstâncias do incêndio, nomeadamente sobre eventuais falhas na construção e sistemas de emergência do edifício e na resposta à ocorrência.

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