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Paulo Fajardo estreia no Canadá documentário sobre a Guerra Colonial

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O novo documentário histórico de Paulo Fajardo, “África, como eu a vi”, vai ter estreia no Canadá na quinta-feira através do canal de televisão por cabo Camões TV, assinalando os 50 anos do 25 de Abril.

Com mais de 31 testemunhos, sobretudo de militares que estiveram na guerra colonial e de antigos pescadores do bacalhau na Terra Nova, o filme é apresentado em sala pela primeira vez em Portugal, na terça-feira, às 21h00, no Atrium Mira, em Mira, distrito de Coimbra.

“Cinquenta anos depois do 25 de Abril, os ex-combatentes fazem um balanço do tempo sofrido no antigo Ultramar e do tempo vivido em liberdade”, disse hoje Paulo Fajardo à agência Lusa.

Na sinopse, o repórter de imagem, que contou com diversos contributos para o trabalho, afirma que “a memória vai perdendo lucidez com o tempo, mas não apaga as cicatrizes deixadas para testemunhar a violência da guerra colonial, que opôs Portugal às nações africanas de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau”, ao longo de 13 anos.

“É essa memória que se pretende dignificar, com o olhar na primeira pessoa de quem num extremo experimentou a dor da perda e no outro rejubilou com a liberdade da Revolução dos Cravos”, explica o realizador, de 43 anos, nascido na Figueira da Foz.

“África, como eu a vi” é uma longa-metragem de 90 minutos, tendo Fernando Morgado como narrador, baseada em “depoimentos inéditos de ex-combatentes”, com produção da Camões TV e do MDC Media Group, liderado pelo empresário Manuel da Costa, radicado no Canadá.

Neste país da América do Norte, “vivem mais de 25 mil ex-combatentes das três frentes de guerra”, entre 1961 e 1974, salientou à Lusa Paulo Fajardo.

“Alguns destes homens nunca contaram antes o que passaram, na guerra ou nos mares da Terra Nova, nem aos familiares mais diretos”, acrescentou.

O filme proporciona “uma ampla visão sobre os acontecimentos, num diálogo entre iguais, espelhando o peso de um conflito nos rostos de quem lá esteve e de quem no inconsciente ainda lá está”.

Para Paulo Fajardo, trata-se de uma “história que não pode cair no esquecimento, bem como a de quem, em alternativa à guerra, partiu para a pesca do bacalhau na Terra Nova e não teve um melhor destino”.

“África, como eu a vivi” teve apoio do antigo paraquedista e repórter de guerra Joaquim Coelho, que disponibilizou mais de 4.000 fotos obtidas em zonas de conflito das tropas portuguesas com os movimentos de libertação, em Angola e Moçambique.

O documentário contou ainda com as colaborações de Paulo Perdiz (produção), Rosa Gonçalves (entrevistas), Ricardo Venâncio (argumento) e Tiago Pereira (música original).

Na quarta-feira, às 18:00, com entrada livre, o documentário é exibido também na Biblioteca Municipal da Mealhada, por iniciativa do Cineclub Bairrada.

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