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Villas-Boas diz-se destinado à presidência do Porto

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André Villas-Boas, antigo treinador do Futebol Clube do Porto, acredita que está destinado a assumir o cargo de presidente dos ‘dragões’, contudo, não avança data para concorrer ao ato eleitoral.

“O plano da presidência [do FC Porto] está na minha carreira. Sou um tipo muito vinculado ao destino. As coisas que eu tenho destinadas tornam-se realidade. […] Em 2015, estava na Rússia [Zenit] e recebi uma mensagem de uma pessoa que ainda trabalha no FC Porto a dizer: ‘Eu sei que um dia vais ser presidente’. Nunca tinha pensado no assunto, mas a forma como aquilo mexeu comigo fez-me sentir que seria um destino para cumprir”, afirmou, aquando da sua participação na QSP Summit, em Matosinhos.

À margem do evento, o portuense de 45 anos, que não irá aceitar nenhum cargo de treinador até 2024, com vista à preparação para uma futura candidatura à presidência, disse não perceber o porquê de Sérgio Conceição não ter renovado novamente contrato, que tem atualmente apenas mais um ano, após a eliminação da Liga dos Campeões frente ao Inter de Milão, uma questão que considera que “todos os portistas gostavam de ver respondida”.

“A primeira coisa que devia ter sido resolvida é a questão do treinador. Para mim, o treinador deveria ter renovado no pós-Inter, ganhando ou perdendo o jogo, porque assim o merece há largos anos e porque se assim fosse teria evitado, se calhar, estes ‘cenários de namoro’, fruto da sua qualidade e da qualidade do trabalho que tem feito”, disse.

Villas-Boas foi mais longe nos elogios ao atual treinador do FC Porto e manifestou que apenas as “capacidades de exigência e intransigência invulgares” de Conceição têm salvado o emblema portista da “gestão desportiva desenquadrada das realidades financeiras do clube”.

“Porque é que não avança? Será que o próprio não quer? Não sei, porque não falo com ele. Onde é que estão as respostas a essas perguntas? Era esse o conforto que um portista gostava de sentir relativamente à construção do futuro com um treinador que tanto nos tem dado”, questionou.

Em oposição cada vez mais assumida à atual direção, Villas-Boas deixou fortes críticas à gestão atual, abordando as dificuldades financeiras do emblema ‘azul e branco’, forçado a fazer um encaixe significativo até ao final de junho, como já admitiu o administrador da SAD, Fernando Gomes, sob o risco de incumprimento do ‘fair-play’ financeiro.

“São questões que apenas o presidente e o conselho de administração poderão responder. Com certeza que já terão pensado em todos os efeitos nefastos que possa ter um incumprimento das regras de ‘financial fair-play’, de sustentabilidade do clube…”, explicou, acrescentando também que as “finanças do clube estão piores ano após ano”.

Quanto à possibilidade de concorrer contra o atual presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa, com quem admite andar “desencontrado na relação” desde o encontro FC Porto-Marselha, em 2020, quando orientava os franceses, o treinador desvalorizou o facto de já ter afirmado que não o enfrentaria nas urnas, referindo que o dirigente disse o mesmo a seu respeito.

“Isso foi em 2020, quando assinei o livro de candidatura de Jorge Nuno Pinto da Costa. […] Quando fiz essa declaração, o presidente fez outra que dizia que não avançaria se me candidatasse, porque via em mim as capacidades e características pessoais e de personalidade, de sócio e adepto para uma função desta importância. Estamos aqui entre duas verdades ou duas inverdades, com duas pessoas a possivelmente fazerem algo que disseram que não iam fazer”, constatou.

André Villas-Boas foi treinador principal do FC Porto em 2010/2011, tendo ganho a I Liga, Taça de Portugal, Supertaça de Portugal e Liga Europa.

Ao longo do seu percurso como técnico, iniciado na Académica de Coimbra, passou por Chelsea e Tottenham (Inglaterra), Zenit (Rússia), Shanghai SIPG (China) e Marselha (França), tendo suspendido a carreira em 2021.

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