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Crise na Ucrânia

© Lusa

É crucial evitar um conflito armado na Ucrânia. Além de uma tragédia humana, terá consequências económicas e sociais duradouras e de efeitos nocivos nas democracias. A decisão da Rússia é ilegal, viola flagrantemente a integridade territorial da Ucrânia, o direito internacional e os acordos de Minsk. Mas, os esforços diplomáticos devem prosseguir.

Vladimir Putin e a Rússia veem a Ucrânia como um território de amplo valor geoestratégico. A Ucrânia é uma plataforma territorial relevante no tráfego comercial entre o Leste e o Oeste, de controlo sobre o mar Negro, e fator de segurança russa na sua fronteira ocidental, dada a cadeia montanhosa dos Cárpatos.

A independência da Ucrânia em 1991 teve um efeito decisivo na dissolução da URSS. Por alguma razão Vladimir Putin disse tratar-se de “um só povo” referindo-se a russos e ucranianos. Foi o mesmo motivo que, em 2014, levou o presidente ucraniano pró-russo a recusar a assinatura do Acordo de Associação com a União Europeia, conduzindo à sua demissão. Pouco depois, a Rússia, em contrarresposta, anexou a Crimeia e promoveu a desestabilização na região do Donbass. Em 2015, foi assinado um acordo de cessar-fogo. Terão morrido 14 mil pessoas e terão ficado deslocadas 1,5 milhões de pessoas.

Após acusações de promoção de uma guerra híbrida conduzida contra Kiev, Putin, entre outras exigências, afirmou não tolerar a integração da Ucrânia na OTAN. Os EUA e os seus aliados consideraram inaceitáveis essas condições. A Ucrânia é um Estado soberano, protegido pelo direito internacional, e que espera o apoio dos seus aliados do Ocidente. A Rússia deu mais um passo: declarou reconhecer a independência dos territórios pró-russos do Leste da Ucrânia.

A UE e a OTAN devem usar de toda a firmeza e determinação na resposta a este ato da Rússia, sem descurar o uso de todos os meios que permitam evitar a guerra. As sanções económicas e financeiras fortes são um desses meios.

José Luís Carneiro

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