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Reino Unido

47 famílias portuguesas perderam guarda dos filhos em Inglaterra

Desde 2010, e só no perímetro de Londres, houve 170 casos de crianças retiradas a pais portugueses pelos serviços sociais britânicos. O tema faz a capa desta edição da VISÃO. Conheça a história de Raquel, que recuperou a filha 8 meses depois de a ter perdido.

Santiago tinha nove dias quando foi arrancado dos braços de Iolanda. Paula dormiu seis meses no sofá por ser incapaz de olhar para as camas vazias das suas crianças. Rita despediu-se dos dois filhos mais novos para sempre e não sabe se recuperará os três mais velhos. Estes são apenas três dos 47 casos reportados ao Consulado de Portugal em Londres no último ano e meio, envolvendo crianças retiradas a pais portugueses pelos serviços sociais britânicos (170 desde 2010).

O Reino Unido tem uma das leis mais duras da Europa, na área da proteção de menores, permitindo também que as crianças sejam enviadas para adoção em poucas semanas, sem o consentimento dos pais. Essa matriz de rigor marcada na lei de 1989 apertou-se em 2007 com o caso de Peter Connelly. O menino morreu aos 17 meses, depois de ter sido vítima de maus-tratos e abusos continuados. A história de tortura às mãos da mãe, do namorado e de um irmão do namorado aconteceu quando Peter já tinha sido sinalizado como uma criança em risco, tendo recebido cerca de seis dezenas de visitas de médicos e assistentes sociais e chegado mesmo a ser temporariamente retirado à mãe. A autópsia revelou que tinha costelas partidas, um abcesso provocado por murros, dedos mutilados, unhas arrancadas. A mãe, o namorado e o irmão deste acabaram condenados a penas de prisão pelos maus-tratos que causaram a morte do bebé. O caso, que ficou conhecido como “Baby P.”, chocou o país, gerou debates e levou a uma alteração das políticas de proteção de menores.

Mas há quem considere a lei demasiado restritiva e promotora de “adoções forçadas”. Outra das portuguesas que viveu meses de pesadelo nos tribunais britânicos foi Raquel, que chegou mesmo a planear uma fuga para o Brasil, ainda grávida, para não perder a segunda filha – os serviços iriam retirá-la assim que nascesse porque entendem que um progenitor que não tem capacidade de cuidar de um filho não será capaz de cuidar de nenhum.

Leia mais na reportagem da Visão.

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