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Eutanásia

O conceito de um povo, para além das características comuns a todos os seus elementos, tal como a história, a língua e também o sentido de Pátria, passa também um conjunto de dogmas e de valores, e desses valores, alguns que se desejam imutáveis, outros transformam-se, adaptam-se a novas correntes de pensamento, a circunstâncias mais ou menos mediáticas. E eu gostaria de esclarecer o que penso acerca da eutanásia.

A quem pertence a vida de uma pessoa? Ao que a goza ou à sociedade? Eu que sou de Direita, e acho que o primado do individual sobrepõem-se ao colectivo, evidentemente com as devidas regras, como é óbvio acho que todas as pessoas possuem o direito de decidirem o momento em que irão deixar o mundo dos vivos. Claro que isso mexe com valores essencialmente religiosos e da concepção que cada um tem da vida, da morte e de Deus. Portanto, da mesma forma que sou contra a distanásia, sou favorável à eutanásia.

Claro que muitos serão contra a ajuda à morte, compreendo perfeitamente, mas será que os seus valores serão tão imensamente superiores a quem está a sofrer, que está farto da vida, que quer ir “desta para melhor”? Acho que deve um médico ou alguém ligado à saúde, se assim o entender, ser objector de consciência, de não participar na morte medicamente assistida, mas poderá ser a sua consciência e os seus valores tão superiores ao dos outros mortais que impeça que não se pratique legalmente a eutanásia, ao ponto de impedir que outros colegas participem no processo?

Todos nós já tivemos situações de acompanhar o período de agonia e sofrimento de um familiar ou amigo quando a morte se vai aproximando lentamente, as tais chamadas doenças prolongadas. Todos nós já assistimos aos choros, à dor, à degradação física e mental de uma pessoa, à pessoa que quer morrer e não lhe ser permitido por lei, que já não tem salvação, e cujo legislador prefere que alguém esteja vivo, mesmo que inconsciente, em sofrimento, a ter que lhe aliviar o sofrimento e respeitar-lhe a vontade.

Quanto vezes perante essas pessoas, no dia em que morreram, não pensamos que foi o melhor, que a morte deles acaba com o sofrimento deles? “Ainda assim foi o melhor”, comentamos com outros.

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