De que está à procura ?

Reino Unido

Primeira Feira Literária de Língua Portuguesa em Londres juntou autores lusófonos

© DR

Cerca de 30 escritores, ilustradores e editores juntaram-se esta sexta-feira na Feira Literária Internacional de Língua Portuguesa em Londres para vender livros, fazer conhecimentos e trocar experiências. 

A organizadora, Angélica Massoca, disse à Agência Lusa que a ideia surgiu após publicar o livro infantil “O Organórum” no ano passado. 

“Tentei encontrar uma editora no Brasil, mas foi difícil e acabei por publicar de forma independente, com ilustrações de uma amiga, Mariana Ostanik”, contou. 

Como vive no Reino Unido há vários anos, também encontrou dificuldades em promover o livro em língua portuguesa, por isso decidiu criar esta iniciativa para tentar encontrar um público lusófono.

No evento estavam representados Brasil, Portugal, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. 

Além de bancas dos autores com os respetivos livros, no espaço foram feitas apresentações de duas obras e quatro painéis de discussão sobre temas como “Caminhos editoriais: explorando opções para publicar sua obra” e “O papel da literatura no português como língua de herança”. 

Para a angolana Selma Pires, no Reino Unido há 11 anos, esta foi uma oportunidade de mostrar dois dos seus livros, “As Negravilhosas”, direcionado a crianças, e “Quando Eu Olho Para Mim Eu Vejo a Ti”, sobre as relações entre mulheres. 

Formada em psicologia, as suas obras “são histórias reais”, fruto de observação ou de experiências pessoais, disse à Lusa.

Pires participou através da editora brasileira InVerso, que promove eventos com leitores no Brasil.

Também presente esteve a portuguesa Cláudia Matosa, uma ilustradora que publica os próprios livros de ficção científica, recentemente através de financiamento coletivo (‘crowdfunding’). 

O projeto em desenvolvimento, “The Last Day of Rain”, é passado em Londres no ano 2091, onde a personagem principal está a tentar criar nuvens de chuva, inexistente devido ao aquecimento resultante das alterações climáticas. 

“Esta é a minha paixão e estou a ver se consigo fazer carreira”, revelou esta programadora informática, a única no evento que publica em inglês. 

Outra autora presente, Julia Albertoni, assume-se como uma “escritora da pandemia”, porque foi durante o período da covid-19 que conseguiu concretizar a ambição de se tornar escritora, com “A Jornada da Louca”, uma fantasia inspirada nas cartas do Tarot. 

“Desde que cheguei a Londres que sinto que a cidade tem um fogo criativo”, descreveu. 

Para publicar o livro, fundou com amigos a editora Coruja Press, mas admite que é difícil afirmar-se nesta área num país com um idioma diferente. 

A capital britânica, para onde se mudou no ano passado para viver com o companheiro, também inspirou Julia Niro a lançar “Poesia Condensada”, uma coletânia que publicou de forma independente, incluindo desenhando a capa.

“Desde que cheguei, a minha poesia é menos melancólica”, explicou, sorridente. 

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA