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Poetas lusófonos reúnem-se em Paris para apresentação de coletânea

© Maria Miguel Cunha / BOM DIA

O salão Eça de Queirós do consulado-geral de Portugal em Paris abriu as suas portas a poetas e amantes de poesia lusófonos residentes na cidade, e ainda vindos Portugal e de todo o mundo, para a apresentação da “V Colectânea de Poesia Lusófona em Paris”, na passada quinta-feira, na capital francesa.

Este é um projeto que começou em 2017 pelos seus dois fundadores, Frankelim Amaral e Adélio Amaro, na altura ambos residentes em Paris. Feito sem objetivos comerciais, com o intuito de que cada poeta pudesse contribuir com um ou vários dos seus poemas para serem publicados, a “Coletânea de poesia Lusófona em Paris” viu a primeira edição correr tão bem, que em 2023 assinala já a quinta obra desta coleção de poemas em português.

A ideia inicial foi de fazer um “encontro da poesia lusófona” em Paris, com o intuito de fomentar o “continuar de uma união” dos vários poetas portugueses e lusodescendentes residentes naquela cidade, mas não só: de todos os poetas lusófonos que quisessem contribuir para este projeto, explica Frankelim Amaral, fundador da Portugal Mag Editora, que  residiu durante 25 anos em Paris.

“Além de editarmos os livros, também é uma união em que as pessoas já se começam a conhecer. Muitas acabam por ler e só conhecem o poeta pelo nome, e aqui começam a dar uma imagem, uma atitude, uma personalidade àqueles poemas e àquelas pessoas que estão acostumadas a ler através do papel”, continua com entusiasmo.

E a apresentação da quinta edição da coletânea refletiu isso mesmo. No evento, estiveram poetas da grande região de Paris, assim como várias pessoas vindas de Portugal, da Suíça, de Inglaterra ou até do Brasil. Porém, a obra estende ainda as suas fronteiras com a participação de poetas lusófonos de países africanos, dos estados-unidos ou do Canadá, por exemplo.

“A língua portuguesa está espalhada por todo o mundo, e isso é que é a força de continuarmos a manter aquilo que nós queremos: que é a tradição e a tal identidade, que agora se fala tanto, do nosso país, da nossa literatura” explica outro dos fundadores do projeto, Adélio Amaro, na cerimónia inicial. 

“Porque se nós não cuidarmos bem da nossa literatura, da nossa língua portuguesa, seja em que país for, não vamos cuidar mais bem de nada. É na língua portuguesa que começa tudo”, segue.

Ao lado dos fundadores do projeto, na mesa de apresentação estiveram ainda duas poetas lusófonas integrantes da obra: Alice Machado “em representação dos poetas participantes da Europa”, explicou Adélio Amaro, e Eloah Westphalen, vinda de Santa Catarina, “a representar os poetas do resto do mundo”.

“O mundo está em pedaços, estamos num mundo ‘partido’. E nós estamos aqui, nesta sala simbólica, bela, acolhedora, de Eça de Queirós. Com este pedacinho de poesia, e os amantes da poesia, estamos a partilhar um tempo mais suave, um tempo materno”, diz Alice Machado, “e acho que devemos muito à poesia, que nutre o interior e nos leva mais longe” refere a escritora portuguesa residente em França, que mostrou a sua felicidade por estar presente um ano mais na apresentação desta obra que também considera “sua”.

O cônsul-geral de Portugal em Paris, Carlos Oliveira, reforçou igualmente a disponibilidade e abertura do consulado para este tipo de iniciativas que, segundo o próprio, “é essencial” na fomentação de uma relação mais estreita entre o orgão português e a comunidade, deixando as portas em aberto para os próximos eventos do projeto.

Depois dos da apresentações iniciais, alguns dos poetas participantes na obra foram chamados para se apresentarem e lerem as suas obras, como manda a tradição. Entre os quais, esteve Filomena Fonseca, que leu o seu “Poema de Amor para o Mundo”.

A coletânea, que teve uma primeira apresentação em Leiria, no passado dia 7 de setembro, e contará ainda com uma prevista em Lisboa, ficará brevemente à venda nas livrarias habituais, podendo ser adquirida também através do envio de uma mensagem para a página do Facebook do projeto.

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