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É pá mundial! Não há decote que constipe

© Dévora Cortinhal / BOM DIA

O Mundial de Futebol de 2030 será realizado em seis países de três continentes, mas organizado, o mesmo é dizer que suportado por Portugal, Espanha e Marrocos. Os organismos internacionais que superintendem estas coisas, à partida sabem que Portugal despende o dinheiro que for preciso, dão-lhe logo preferência, não duvido.

Portugal passa por carências que há muito não se viam e que hoje quase todos sentimos, Espanha passa por uma instabilidade política que não se avizinha fácil. O que se passa nos países ibéricos, daqui a sete anos pode ser completamente insustentável. Marrocos, um país que fica a dever à democracia, já não preocupa os militantes.

De repente, em Portugal já quase ninguém quer saber de políticas de miséria na habitação? De salários precários e incompatíveis com o custo de vida digna que quem trabalha merece? Do Serviço Nacional de Saúde insustentável? Da Educação e precariedade dos professores?

Ficámos todos contentes e é isto que justifica que os portugueses sigam em frente, caladinhos, amestrados e contentes.

Marcelo! A Marcelo, quero lembrar que um sem abrigo constipa mais depressa que uma mulher com decote pronunciado. Não me canso de invocar Marcelo para quem Portugal e os portugueses estão sempre muito bem, onde um ror de criaturas sem credibilidade estão sempre a ser condecoradas. Para Marcelo, Portugal ganha sempre. Já não há sem-abrigo nem datas próximas para a sua irradicação que o preocupem. De repente quase ninguém imagina em que estado está o SNS e quem dele pouco precisa não imagina como realmente está.

Muitos actores dos serviços supracitados foram condecorados pelo Presidente da República, mas Portugal continua a ganhar. O País está de tal modo que nem a brincar se poderia pensar em organizar um Mundial de Futebol, nem outros eventos que não nos trazem retorno proporcional àquilo que gastamos, apesar de serem sempre valores inaceitáveis. Futebol, como a Igreja, são vacas sagradas que não têm contestação por parte dos portugueses, logo quem os promove pode estar descansadinho: promove-se a si e aos seus sequazes com deslumbramento. Quem os promove sabe que vai ser louvado.

Mário Adão Magalhães
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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