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Conselheiro no Canadá avisa: pode perder-se a língua portuguesa

© daniel loureiro

O conselheiro Daniel Loureiro apontou o risco de a língua portuguesa se perder e o envelhecimento do movimento associativo como os principais problemas da comunidade portuguesa no Canadá, que o Presidente da República visita na próxima semana.

“O Presidente tem que ouvir questões como as barreiras linguísticas, preocupações dos jovens, das mulheres e do próprio movimento associativo. Pode não ter necessariamente um impacto direto nestas questões, mas também pode ter uma palavra a dizer ou a passar a mensagem. Podemos vir a perder a língua (portuguesa) devido à não transmissão de pais para filhos, ou de avós para netos. Temos um movimento associativo a envelhecer. Portugal pode ajudar”, frisou o conselheiro das comunidades portuguesas, a visita de Marcelo Rebelo de Sousa, na próxima semana, será uma boa oportunidade para “expor alguns dos desafios que a comunidade ainda enfrenta”.

Daniel Loureiro, de 33 anos e licenciado em comunicação social, lembrou que a última visita de um Presidente português ao Canadá “teve lugar há cerca de 20 anos”, pelo que esta é uma boa oportunidade para abordar os problemas da comunidade.

Portugal e o Canadá estão a assinalar este ano o 70.º aniversário da imigração oficial portuguesa para o Canadá, tendo celebrado em 2022 sete décadas de relações diplomáticas.

Para o conselheiro das comunidades, o que a comunidade tem feito nos últimos 70 anos “tem sido muito positivo”, mas também tem de se transmitir ao Presidente da República preocupações que são “muito importantes para a comunidade”.

, Daniel Loureiro realçou a importância de se transmitir estas mensagens a Marcelo Rebelo de Sousa “sobre a dificuldade na transmissão na língua e os desafios do movimento associativo”.

“A presença do Presidente da República é muito positiva, ajuda na transmissão e divulgação dessas mensagens e pode ser a ponte de transmissão para esses problemas, mas também há muitos aspetos positivos que podem ser transmitidos”, acrescentou o conselheiro, filho de emigrantes de Alcanena (distrito de Santarém), eleito para o órgão consultivo do Governo português em 2015.

Para o conselheiro da Diáspora Portuguesa, Wilson Teixeira, esta visita é importante pelo reconhecimento à comunidade portuguesa no Canadá.

Nomeado para o conselho sob o alto patrocínio do Presidente da República, em maio passado, o empresário sublinhou que a presença de Marcelo Rebelo de Sousa no Canadá será uma “aproximação à diáspora e servirá também para promover a marca Portugal”.

“A presença pode legitimar os valores e a cultura e dar um apoio moral à nossa sociedade, à nossa comunidade, que tem sido instrumental no crescimento da própria sociedade canadiana”, destacou.

Para o empresário, trata-se ainda de um “reconhecimento do impacto e da importância dos portugueses cá fora”.

Segundo fontes da comunidade, a visita de trabalho de Marcelo Rebelo de Sousa começa no dia 13 de setembro, em Montreal, estando prevista uma receção pela comunidade portuguesa, no dia seguinte.

Em Toronto, no dia 15, O Presidente da República encontrar-se-á com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e vai inaugurar a exposição no Toronto Metro Hall, Movimento Perpétuo – A Diáspora Portuguesa para o Canadá. Participa ainda num jantar no ‘The National Club’ em Toronto, organizado pelo Conselho da Diáspora Portuguesa.

No sábado, dia 16 de setembro, está prevista uma visita à Galeria dos Pioneiros e o lançamento da primeira pedra no terreno do futuro centro Magalhães, o primeiro lar para idosos da comunidade portuguesa. À noite, no salão do sindicato da construção LiUNA Local 193, terá lugar um jantar de homenagem ao Presidente da República.

No domingo, Marcelo Rebelo de Sousa irá marcar presença na missa matinal, antes de viajar para Nova Iorque (Estados Unidos), onde participará na 78.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, entre 17 e 23 de setembro.

De acordo com o recenseamento de 2021, a comunidade portuguesa no Canadá é constituída por 448.305 pessoas, que declararam ser de “origem portuguesa”, ou seja, portugueses e lusodescendentes.

Existiam 166.651 portugueses inscritos na rede consular no Canadá em 2022.

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