A nossa personalidade representa a forma consistente e transversal como percepcionamos, relacionamos e pensamos o ambiente e a nós mesmos.
Quando esta forma é inadaptada e nos causa comprometimento funcional significativo nos nossos pensamos, afectos, impulsos ou relações interpessoais e consequente sofrimento ou incapacidade, estamos perante uma perturbação da personalidade.
Existem três tipos de perturbação de personalidade:
1. comportamento estranho, excêntrico, de isolamento ou suspeita (Paranóide, Esquizóide e Esquizotípica)
2. comportamento dramático, emocional, inconstante ou impulsivo e empatia reduzida (Anti-Social, Borderline, Histriónica e Narcísica)
3. comportamento ansioso, medroso ou perfeccionista (Evitante, Dependente, Obsessivo-Compulsiva)
A perturbação Borderline da personalidade é a perturbação de personalidade mais comum, atinge cerca de 2% da população e caracteriza-se normalmente por exigências emocionais excessivas nos relacionamentos íntimos, comportamento manipulador suicida e auto-lesivo e sentimento crónico de vazio:
– esforços para evitar abandono real ou imaginário (não toleram solidão).
– relacionamentos interpessoais instáveis, intensos e caóticos (amor/ódio, idealização/desvalorização).
– instabilidade persistente da auto-imagem quando sente falta de carinho e apoio (mudanças bruscas de objectivos, identidade, valores, vocação profissional, amizades).
– impulsividade (gastos, sexo, abuso de substâncias, condução ousada, ingestão alimentar maciça).
– comportamentos, gestos ou ameaças recorrentes de suicídio ou auto-mutilação/-destrutivos (cortes, queimaduras, abuso de substâncias, promiscuidade) relacionadas com aumento de responsabilidade, ameaça de rejeição/separação.
– instabilidade afectiva (depressão, irritabilidade, ansiedade, raiva, fúria).
– sentimento crónico de vazio (falta de auto-direcção).
– raiva intensa e inadaptada.
– ideação paranóide reactiva ao stress ou sintomas dissociativos graves (despersonalização).