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Turíngia tem governo de coligação à esquerda

A maioria dos partidos do parlamento regional da Turíngia, no leste da Alemanha, chegou a acordo para aprovar um governo provisório liderado pela esquerda, depois da crise política provocada pela cooperação dos conservadores com a extrema-direita.

O novo acordo, no entanto, já suscitou críticas de destacadas figuras da CDU (centro-direita) de Angela Merkel, porque o partido tem como linha oficial recusar quaisquer associações à Alternativa para a Alemanha (AfD) ou à Esquerda (Die Linke), que os conservadores consideram herdeira do partido comunista que governou a Alemanha de Leste até 1989.

A Turíngia esteve na origem de uma crise política na CDU, mas também com repercussões nacionais, depois de, em janeiro, os deputados regionais do partido terem votado ao lado da AfD para eleger um chefe do governo regional do Partido Liberal (FDP).

A cooperação com a AfD, que desafiou instruções explícitas da líder do partido, levou Annegret Kramp-Karrenbauer a demitir-se de funções e a anunciar que não seria candidata a chanceler nas eleições federais previstas para outubro de 2021.

O liberal eleito, Thomas Kemmerich, acabou por anunciar a demissão três dias depois.

O acordo alcançado prevê que o parlamento regional volte a votar em março para escolher o governo provisório, votação na qual a CDU apoiará a reeleição do anterior governador, Bodo Ramelow (na foto acima), da Esquerda.

Ramelow perdeu a maioria nas eleições regionais que se realizaram em outubro.

Com este acordo, o parlamento regional viabilizará uma reedição do anterior governo regional, uma coligação entre a Esquerda, o Partido Social-Democrata (SPD) e os Verdes, que ficará em funções até às eleições regionais previstas para 25 de Abril de 2021.

A CDU continuará na oposição.

O acordo foi já criticado por Jens Spahn, ministro da Saúde e potencial candidato à liderança da CDU, que rejeitou a solução e considerou que o partido atravessa “uma crise de confiança”.

Paul Ziemiak, secretário-geral dos conservadores, considerou que “está em jogo a credibilidade da CDU na Alemanha” e advertiu que “quem quer que vote a favor de Ramelow para chefe do governo regional estará a infringir resoluções da CDU”.

O líder dos conservadores em Berlim, Kai Wegner, qualificou o acordo de “facada no coração do partido” e o infuente presidente da câmara baixa do parlamento (Bundestag), Wolfgang Schäuble, recusou qualquer cooperação com A Esquerda, que “juridicamente ainda é o velho SED”, o partido comunista da República Democrática Alemã (RDA).

 

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