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Semana das Migrações contra “individualismo e indiferença”

O bispo que acompanha a Obra Católica Portuguesa das Migrações convidou a “ver no migrante a sua dignidade de ser pessoa, com os mesmos direitos e deveres”, numa mensagem para a Semana Nacional das Migrações 2019.

“Hoje em dia temos de lutar contra o individualismo, a indiferença, ou mesmo contra a consideração dos migrantes como causa dos males que afetam as sociedades”, escreveu D. António Vitalino, vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.

A 47.ª Semana Nacional das Migrações, promovida pela Igreja Católica de 11 a 18 de agosto, vai terminar com uma Jornada de Solidariedade.

“Peço também para não esquecermos a nossa oferta solidária, pois há muitos migrantes e refugiados a precisar de ajuda da Igreja”, apela D. António Vitalino.

Na mensagem intitulada ‘Somos todos migrantes e muito mais’, o bispo emérito de Beja explica que os migrantes “obrigam a lutar contra os medos, contra o fechar-se em si mesmo”, em vez de se encontrar com a pessoa do outro, “sobretudo do mais frágil, levando à cultura do encontro”.

“Fomos criados para comunicar e para a comunhão. Isso apenas se consegue exercitando a caridade, deixando-nos comover, pois neles vemos a nossa humanidade e o próprio Cristo”, realçou.

A partir da Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa sobre Migrantes e Refugiados, de 12 de abril de 2018, D. António Vitalino salienta que o migrante deve “ser acolhido e não devolvido ao país de origem”, protegido e não apenas socorrido, “promovido em vez de abandonado à sua sorte, de ser integrado na sociedade e não empurrado para guetos”.

“Infelizmente não é apenas por causa da sua condição de ser peregrino que o ser humano se desloca do torrão e do país onde nasceu. Mas também devido a guerras, a perseguições, a cataclismos e à fome”, alertou.

‘Não São Apenas Migrantes’ é tema desta semana onde se destaca a Peregrinação Nacional do Migrante e Refugiado 2019 ao Santuário de Fátima, presidida pelo prefeito da Congregação para os Bispos (Santa Sé), o cardeal Marc Ouellet, nos dias 12 e 13 de agosto.

Pela Cova da Iria passam emigrantes em vários países, como Angelina Ferreira, que deixou a Venezuela por causa da crise, mas recorda a “devoção” com que todos veneravam Nossa Senhora de Fátima.

“Tenham fé, tenham esperança, que nós ainda vamos voltar todos à Venezuela e fazer a festa a Nossa Senhora de Fátima”, diz à ECCLESIA.

Maria de Fátima Oliveira é filha de portugueses, mas nasceu e viveu na Venezuela até ser obrigada a sair do país, procurando uma vida melhor em Portugal.

“Foi fazer o que fizeram os meus pais há muitos anos: emigrar para procurar uma melhor qualidade de vida para os meus filhos e para nós, também”, refere.

Fátima era paragem obrigatória para Ana Patrícia, antiga emigrante no Mónaco, para quem não havia regresso a casa sem passar pela Cova da Iria para “agradecer e recarregar baterias”.

Maria, emigrante cabo-verdiana em França, também procura Fátima para encontrar “a força para aguentar mais um ano” de trabalho.

 

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