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Portugal coordena missão europeia no mar da Somália

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O comodoro Marcelo Correia vai comandar até dezembro a força naval Operação Atalanta, da União Europeia, que visa prevenir pirataria e tráfico na Bacia da Somália e desde março já apreendeu cerca de 12 toneladas de estupefacientes.

Na 41ª rotação da Operação Atalanta, que termina a 02 de dezembro, foram empenhados seis militares da Marinha portuguesa entre eles o comodoro Marcelo Correia, que assumiu o comando da missão esta quinta-feira.

No total, a força é composta por 18 militares de oito nacionalidades: Portugal, Espanha, Itália, Sérvia e Monte Negro, República da Coreia, Colômbia e Djibouti, “sendo a participação destes três últimos decorrente de acordos bilaterais com a União Europeia”, indicou o comodoro Marcelo Correia.

Em declarações à agência Lusa, o militar adiantou que “a operação Atalanta tem como objetivos principais a dissuasão, a prevenção e a repressão dos atos de pirataria na região do Golfo de Áden e na Bacia da Somália”, contribuindo também “para o aumento da segurança marítima na região através de tarefas de monitorização do tráfico de estupefacientes, armas, pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, e comércio ilícito de carvão”.

Desde fevereiro, acrescentou, existe também possibilidade de fazerem operações de combate ao narcotráfico, “sendo de realçar a apreensão de cerca de 12 toneladas de estupefacientes desde março deste ano”.

“Não são registados ataques de pirataria desde 2019, e este é um claro sinal da eficácia da operação ATALANTA, das outras forças presentes na região e das medidas de proteção adotadas pela navegação mercante”, considerou.

Outro dos objetivos desde missão da UE é a proteção dos navios da ‘World Food Programme’ [Programa Alimentar Mundial], uma organização de ajuda humanitária da Nações Unidas, fundada em 1961 e financiada através de contribuições voluntárias de governos, instituições, corporações ou cidadãos a título individual.

“A proteção dos navios fretados pelo WFP pode ser feita de três formas, dependendo da avaliação da vulnerabilidade de cada navio. Para o efeito poderá ser feita apenas monitorização dos movimentos do navio, uma escolta próxima ou o embarque de uma equipa de segurança que poderá integrar a operação para este propósito”, detalhou.

Questionado sobre que principais dificuldades antecipa nos próximos meses em alto mar, o comodoro refere a dimensão da área, “que representa quase duas vezes a área dos países da UE”, a pandemia da covid-19, “exigindo permanentes medidas de mitigação do risco de contágio” ou a “volatilidade e fragilidade da situação de segurança na região, associada à seca que se faz sentir na Somália e a consequente falta de alimentos” que “poderá promover o ressurgimento de atos de pirataria”.

O militar salientou ainda “o potencial impacto que a guerra na Ucrânia poderá ter, mormente com o possível aumento do tráfego marítimo na região”, alertando que uma “falsa perceção da total erradicação da pirataria poderá levar à diminuição da adoção de medidas de proteção por parte da navegação mercante, aumentando a sua vulnerabilidade”.

Atualmente, a força é constituída pela fragata espanhola ‘Numancia’, navio-almirante, pela fragata italiana ‘Fasan’ e por um destacamento aéreo com uma aeronave de patrulha marítima espanhola que opera a partir de Djibouti, adiantou o comodoro português, acrescentando que “no final deste mês juntar-se-á à força um grupo tarefa espanhol de operações especiais”.

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