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Por que razão tantos idosos não respeitam a quarentena?

Por que razão os idosos são os que menos se importam com a quarentena mesmo sendo um grupo de risco? O  filósofo e psicanalista Fabiano de Abreu durante este período de crise reflete sobre o comportamento das pessoas e procurou razões para explicar como reagimos.

“A quarentena é algo novo para todos nós, esta geração não viveu nada parecido. Neste momento, muitos dos instintos que estão no inconsciente estão sendo expostos no nosso consciente. Os comportamentos passam a ser diferentes do que estamos acostumados e então, chamam a atenção para uma análise.”, diz Fabiano de Abreu.

Em Portugal e não só, as estatísticas do número de idosos a morrerem por causa do coronavírus, os fatores de riscos que os colocam em perigo e o alto índice de idosos nas ruas vêm preocupando as autoridades e órgãos de saúde. O filósofo então, analisou o motivo para os idosos não temerem a doença e não respeitarem a quarentena.

“Refleti sobre as razões que podem levar os idosos para chegar a tais decisões”, exlica Abreu, tendo identificado cinco fatores.

1 – Noutro prisma: os idosos retiram importância ao que se passa e acham que exageramos. Eles pensam isso pois já viveram muito e já ultrapassaram tanto que não vêm as coisas pelo mesmo prisma.

2 – Consciência alternativa: os idosos não tem a mesma consciência. A razão perde-se numa mente mais envelhecida e pode distorcer um pouco a realidade.

3 – Proximidade do fim: ao estarem mais próximos do fim, o instinto de sobrevivência surge de forma diferente em relação aos mais novos e a alternativa é a busca. Por isso saem de casa.

4 – Segurança: as ruas mais vazias dão um ar de segurança e logo querem aproveitar este momento.

5 – Falta de acontecimentos: se chegaram a esta idade é porque passaram por muitas coisas, são muitas experiências e não tiveram acontecimentos tão catastróficos a ponto de os segurarem em casa.

Fabiano de Abreu recorda que temos que protegê-los: “precisamos da experiência deles, das suas histórias, da calma em resolver as coisas. Precisamos do exemplo deles para evitar as falhas, portanto, precisamos preservá-los, tomar conta. Um dia também nós seremos velhos e, portanto, é a altura ideal para dar o exemplo para os mais novos ou estaremos perdidos quando envelhecermos.”

 

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