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Pode Santarém receber o novo aeroporto?

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Santarém é capital de distrito, tem bons acessos rodoviários e ferroviários e tem a vantagem de estar a menos de uma hora de Lisboa. Será um novo bom nome para aeroporto perto da capital?

Num artigo saído no Expresso, a frase inicial é “nem Montijo, nem Alcochete”. Há cerca de três anos que um grupo de investidores estuda a possibilidade de Santarém ter um novo aeroporto a servir a cidade de Lisboa.

Este grupo admite começar com uma infraestrutura regional e com uma pista que pode custar menos de mil milhões de euros. Segundo o semanário português, nem seria necessário investimento público.

Ainda assim, o Estado tem uma palavra a dizer numa nova solução aeroportuária no Ribatejo. Mesmo que não tenha de meter dinheiro, teria de estar envolvido no processo de licenciamento aeroportuário e na possível atribuição do caráter e de investimento estratégico, do tipo Projeto de Interesse Nacional (PIN).

Santarém tem ainda uma vantagem negocial com a ANA – Aeroportos de Portugal. Dado que a empresa tem garantida a exclusividade do espaço a 75 quilómetros dos aeroportos que coordena (neste caso, Lisboa), a área pretendida não estaria dentro da zona exclusiva da concessionária de aeroportos.

“Existe o interesse manifestado por parte de operadores e investidores “tier one” mun­diais, que acompanham e ou participam na elaboração e evolução dos estudos há mais de dois anos e que têm interesse em integrar o consórcio para o investimento e a gestão do novo aeroporto”, refere o documento de proposta de Santarém como casa de um novo projeto aeroportuário.

Os investidores apresentam vários argumentos para a utilização de Santarém como nova porta de Portugal. Ao contrário do que acontece com o Aeroporto Humberto Delgado, a presença de um aeroporto em Santarém não iria prejudicar a população com poluição sonora, por ser uma zona menos densamente povoada.

Para além disso, Santarém está próxima dos maiores eixos que ligam Lisboa ao Porto: a A1, de via rodoviária; e a Linha do Norte, de via ferroviária. O aeroporto estaria a 40 minutos da Gare do Oriente, em Lisboa; e a menos de uma hora de Leiria e de Coimbra.

Está também a apenas 15 minutos do Entroncamento, onde começa a ligação à Linha da Beira; e a meia hora de Torres Novas, onde começa a A23, que segue até Vilar Formoso. Também o investimento para as acessibilidades “não seria significativo”.

Em números, o aeroporto teria capacidade para 100 milhões de passageiros e três pistas, cuja construção apenas estaria, como refere a proposta, “condicionada ao crescimento do movimento”.

O mesmo documento sugere que, com o crescimento de 30 a 60 milhões de passageiros por ano, poder-se-iam criar 170 mil novos postos de trabalho. Esta poderia também ser uma solução a nível demográfico, que inverteria a tendência demográfica negativa na região Centro.

Resta saber quem são os investidores interessados no projeto e qual a opinião do governo quanto ao projeto.

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