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Os empreendedores da diáspora que investem em Portugal

Vítor Pereira nasceu na Madeira, estudou engenharia eletrotécnica no Porto, aproveitou um programa da AICEP para fazer um estágio na Mercedes, na Alemanha. Avançou para o doutoramento focado nos robôs médicos e, agora, quer ter sucesso na Inova DE GmbH para investir em Portugal, já a pensar no cruzamento dos têxteis com tecnologia.

“Depois de dominar a tecnologia em que estamos a trabalhar, gostava de contribuir para o desenvolvimento dos têxteis inteligentes em Portugal”, diz ao Expresso no dia em que conquistou um dos três prémios do projeto “Empreender 2020 – Regresso de uma geração preparada”, no segundo encontro de investidores da diáspora, que reuniu 341 participantes de 36 países dos seis continentes sexta e sábado, em Viana do Castelo.

A iniciativa da Fundação AEP com o apoio do Compete 2020 e do Alto Comissariado para as Migrações tem como objetivo distinguir empresários portugueses emigrados “pelo seu reconhecido sucesso enquanto empreendedores, empresários e gestores”. Este ano, premiou Carla Costa, Mário Pinho e Vítor Pereira.

Carla Costa venceu na categoria de Empresárias e Tecnologia com a empresa aCadeireira, um atelier de estofamento tradicional e moderno onde ensina a arte e o ofício de estofador, mas faz, também, consultoria nas áreas de gestão e marketing, para apoiar e acompanhar pessoas e micro-empresas na criação e desenvolvimento de um negócio sustentável.

Mário Pinho, a viver no Brasil, ganhou o prémio na categoria Indústria e Intensidade Tecnológica, com a empresa Ultronique -R.V.D E Silva Eireu, especializada em máquinas e equipamentos que exigem do domínio da tecnologia ultrassónica.

Vítor Pereira foi o premiado na categoria Serviços e Conhecimento pelo trabalho que está a fazer no desenvolvimento de software médico. Na Inova DE GmbH, onde tem como parceira a Inova+, conta com uma equipa internacional de 4 pessoas que será aumentada já em fevereiro.

Em Heidelberg, quer fazer coisas como a segmentação de imagens de pacientes, de forma a recriar de modo virtual, através de exames como a ressonância magnética, imagens para impressão 3D que vão ajudar os médicos e estudantes de medicina a estudar patologias e a preparar cirurgias. Para isso, está envolvido com mais parceiros no desenvolvimento de uma tecnologia que permite uma aproximação maior à realidade dos modelos 3D do que a atualmente disponível.

Na área da inteligência artificial, a aposta é trabalhar as imagens de tumores cerebrais para ajudar os médicos a monitorizar a sua evolução após tratamentos ou cirurgias.

Na cardiologia, está a desenvolver uma solução tecnológica que “envolve uma t-shirt com sensores têxteis que capturam o registo de eletrocardiogramas e enviam o sinal para uma plataforma online, facilitando a gestão de múltiplos pacientes”. O objetivo é concluir este desenvolvimento em 2018 e começar a comercialização da solução em 2020.

“Se tudo correr bem, a fase seguinte poderá ser um investimento nos têxteis em Portugal”, antecipa Vítor Pereira. Quanto a regressar, já constituiu família em Heidelberg, mas admite que voltar ao país é “um cenário para o futuro”.

O Encontro de Investidores da Diáspora, que teve a sua primeira edição em Sintra, no ano passado, junta empresas, câmaras de comércio e associações portuguesas no estrangeiro. O objetivo, diz José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, “é criar uma atmosfera propícia ao investimento com origem na diáspora, juntando agentes comerciais e entidades ligadas às mais diversas áreas de atividade”. Veja aqui o discurso de encerramento do encontro do Secretário de Estado, José Luís Carneiro:

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