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O grande corno

Se o advento da Uber provou algo, provou que muita (demasiada) da regulação da economia (como o querido Daniel advoga) não é garante nem de qualidade, nem de direito dos trabalhadores e consumidores, nem de segurança e concorre seguramente para a asfixia do capitalismo e do trabalho – sim – para a asfixia do trabalho, e o trabalho é um direito que ultrapassa qualquer regulamento ou alvará inventado pelos Danieis deste mundo orwelliano tornado normalidade.

Um serviço mais barato, mais pró-activo, onde a relação consumidor-prestador do serviço é avaliada à velocidade da luz através de uma coisa muito chata chamada app, onde ninguém, mas absolutamente nenhum chico-esperto se pode dar ao luxo de não passar uma factura (só esta deveria chegar para calar os Danieis e as Catarinas) ou de passar uma factura que não identifica nem o prestador nem o serviço, que protege o consumidor do percurso criativo do condutor, que protege o condutor do anonimato do cliente psicopata ou serial killer, que é totalmente transparente e que, no fim de todos estes prós, tem apenas como contra o não dar para o peditório dos alvarás, taxas, e demais roubos regulatórios redundantes, é melhor que bom: é o progresso e o futuro da relação consumidor-prestador do serviço.

O grande corno nesta relação, cheio de dores e roído de penas, reduzido à impotência de já quem não dá e não quer sair de cima, é o Estado e a múmia da Antral. Velhos, sem iniciativa para mais, imóveis, dinossáuricos.

A ironia suprema é que as “vítimas” do processo se rebelam contra quem aponta o caminho em vez de se rebelarem contra os velhos reaccionários impotentes em que se tornaram o Estado, as corporações e os sindicatos.

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