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Número de pescadores algarvios não para de diminuir

Os baixos salários, as restrições à captura e a concorrência da náutica de recreio estão a fazer baixar o número de pescadores em Portugal, sobretudo no Algarve, região onde, desde 2001, o número caiu para metade.

Segundo Miguel Cardoso, presidente da Olhão Pesca, a pesca é cada vez menos atrativa por ser uma atividade mal remunerada e pouco regular, devido às restrições e diminuição das capturas, aliado a outros fatores, como a concorrência da náutica de recreio e a exigência de um período longo e complexo de formação.

“No Algarve, o turismo e a náutica de recreio têm crescido exponencialmente e há muitos pescadores que se estão a virar para esse ramo de atividade”, disse à Lusa o responsável pela Organização de Produtores de Pescado Algarve, sublinhando que existem já embarcações paradas por falta de tripulação.

De acordo com dados divulgados hoje pela Pordata, existem 17.642 pescadores em Portugal, grupo profissional que tem vindo a diminuir desde 2001 em todas as regiões do país, com o Algarve no topo da lista, região na qual se registou uma redução de 56% de pescadores entre 2001 e 2017.

De acordo com os mesmos dados, verifica-se também uma alteração da concentração geográfica do número pescadores em Portugal: em 2001, era no Algarve e no Norte onde se encontravam grande parte dos pescadores; em 2017, quase metade dos pescadores de Portugal encontram-se nas regiões do Norte e Centro (26% e 23%, respetivamente).

De acordo com Miguel Cardoso, apesar de ser muito acentuada no Algarve, a falta de mão de obra para o setor da pesca é generalizada ao resto do país e no Norte já existem armadores a recorrer a tripulantes estrangeiros, nomeadamente, de nacionalidade indonésia.

Este cenário ainda não se verifica no Algarve, contudo, aquele responsável adianta que existe um número indeterminado de embarcações que não podem operar na região por falta de pescadores, havendo uma “competição” entre os armadores para conseguir recrutar tripulantes.

Atualmente, a cavala é o tipo de peixe mais capturado em Portugal – em 2017 foram capturadas 19 mil toneladas -, tendo ultrapassado a pesca da sardinha a partir de 2012, de acordo com os mesmos dados da Pordata.

Por outro lado, apesar de o polvo corresponder a apenas 5% do total da captura de peixe em 2017, representa a maior receita gerada pelas vendas de peixe em lota em Portugal (14%).

O Algarve continua a liderar a captura do polvo em Portugal, ainda que tenha havido uma diminuição de 39% entre 2002 e 2017. Consequentemente, a receita gerada pela venda do polvo diminuiu em 11% no Algarve.

A base de dados da Pordata Municípios tem, a partir de hoje, novos dados que dão destaque ao setor primário, com a entrada do tema “Agricultura e Pescas”, que dispõe de 26 novos quadros com informação organizada em quatro áreas: pescas, produção vegetal, contas Económicas da agricultura e salários.

O novo tema apresenta dados para todos os municípios e regiões de Portugal, que se iniciam, sempre que possível, entre as décadas de oitenta ou de noventa do sec. XX e se prolongam até à atualidade.

Com este novo tema, a Pordata Municípios passa a contar com 15 temas e quase 800 quadros estatísticos, neste caso, baseados em dados produzidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pela Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM).

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