Foste à tua procura.
Sim, foi o que me disseste, ontem.
Sim, é o que me dizes, hoje.
E então, eu, esta simples Eu
Foi analisar essa tua realidade
E…? E nada! Não encontrei novidade nenhuma!
Vi todos os teus medos ainda ali!
E vi tu a analisares a vida de todos os que te rodeiam.
Vi a afirmares adjetivos sobre pessoas alheias à tua vida.
Há quantos anos tu não te transformas em novidade? Desde quando te disseste já sei tudo, tudo aprendi?
A vida deve ser vivida. Sabes disso? Invenções deixam gostos amargos e sabores medíocres.
Mas há quem goste, há quem queira apenas ser uma imagem com uma capa negra de proteção de um vazio que quer esconder!
Eu gosto de olhar com a alma para as pessoas! Esse meu olhar raramente me engana e sem tu saberes vejo quem se esconde no meio de tantos disfarces.
E tu? Tu, perguntas-me? “Esse teu ar de quem sabe tudo, estás arrogante?”
E eu, eu rio à gargalhada, tu sabes que isso é impossível e que a pergunta é desnecessária!
Mas olha, gostava de te pedir um favor, tira a tua capa negra, e olha-te no espelho, que vês?
…caies no chão coberto pela tua capa negra… és incapaz de o fazer!
E eu, eu peço-te desculpa mas vou-me para a minha dimensão, essa da realidade pura e sonhadora onde vivo, onde tudo sou, onde tudo posso criar e onde vivo para crescer, para amar, para sentir, para descobrir, porque eu, eu tenho sede do desconhecido e eu, eu perdi os medos algures num dia do meu passado!

BV 23.02.2019