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Moçambique: dois cabecilhas de grupos terroristas abatidos

O Governo moçambicano anunciou hoje que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) do país recuperaram o controlo da vila de Macomia, na província norte de Cabo Delgado, e abateram dois cabecilhas dos grupos terroristas que a ocuparam.

“Nesta contraofensiva foram abatidos dois dos principais chefes”, referiu o ministro da Defesa, Jaime Neto, numa declaração à Televisão de Moçambique (TVM).

Segundo a informação transmitida, 78 rebeldes morreram, dois cabecilhas abatidos eram tanzanianos e um deles terá liderado o primeiro ataque dos grupos armados realizado em outubro de 2017 contra Mocímboa da Praia.

“Provavelmente não esperavam por essa melhor organização das nossas forças”, referiu o governante.

Os confrontos em Macomia que duravam desde quinta-feira provocaram a queda da linha elétrica que abastece a zona norte de Cabo Delgado, que passa junto à vila e cuja reposição o ministro da Defesa prometeu para breve.

Não foram adiantados outros dados sobre prejuízos ou sobre se houve baixas entre civis ou forças militares.

“As nossas forças estão em Macomia, na sede, para avaliar todos os estragos”, acrescentou.

Jaime Neto apelou ainda à população para “continuar a colaborar” com as Forças de Defesa e Segurança.

“Se não fosse essa colaboração seria muito difícil até empreendermos esse contra-ataque que fizemos aos terroristas depois de se instalarem na vila sede de Macomia”, concluiu.

Já hoje, numa declaração a jornalistas em Pemba, capital provincial, o governador Valige Tauabo tinha anunciado a “restauração da acalmia” com “regresso das famílias às suas residências” depois de uma debandada geral.

Tauabo referiu ainda que os moradores que estão a regressar primeiro a Macomia e aldeias em redor estão a saquear as habitações de vizinhos, apelando à ordem.

Grupos armados classificados como terroristas e afiliados ao movimento ‘jihadista’ Estado Islâmico ocuparam desde quinta-feira Macomia, a principal vila do centro da província.

Trata-se do mais conhecido ponto de encontro a meio da estrada asfaltada que liga o norte ao sul de Cabo Delgado, com uma agência bancária, vários serviços, estabelecimentos comerciais e sede de um distrito com cerca de 100 mil habitantes.

A incursão aconteceu depois de uma intensificação da violência desde março e que levou à ocupação temporária de outras vilas como Mocímboa da Praia, Quissanga e Muidumbe, com relatos de dezenas de mortes entre civis, insurgentes e militares.

Cabo Delgado, província onde avança o maior investimento privado de África para exploração de gás natural, está sob ataque desde outubro de 2017, por insurgentes classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas e internacionais como uma ameaça terrorista.

Desde há um ano o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico passou a reivindicar algumas das incursões.

Em dois anos e meio de conflito estima-se que já tenham morrido, no mínimo, 550 pessoas e que cerca de 200 mil já tenham sido afetadas, sendo obrigadas a refugiar-se em lugares mais seguros, perdendo casa, hortas e outros bens.

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