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Jorge Palma prepara novo álbum

O novo álbum de originais de Jorge Palma, o primeiro desde 2011, sai em 2020 e já tem oito canções escritas, embora os vários espetáculos que tem dado venham complicando a sua concretização, assumiu o músico.

Depois de o ter anunciado, no sábado, em palco e entre duas músicas, ao público da Figueira da Foz, no último espetáculo da digressão Expresso de Outono, Jorge Palma garantiu à Lusa que “vai haver” disco novo em 2020 – o primeiro álbum de originais em nove anos – mesmo se a concretização do projeto “tem sido o diabo, porque tem havido muito trabalho” em concertos.

“Já tenho sete canções mais este Expresso de Outono [novo tema tocado na digressão homónima] mas agora é acelerar aqui os motores, eu tenho estado no máximo de calma. Esta semana que vem, apesar de ter um concerto na sexta, terça, quarta e quinta vai ser para trabalhar, trabalhar mesmo [no novo disco]”, afirmou Jorge Palma.

O cantor e compositor, que em 2020 celebra 45 anos da edição do seu primeiro álbum, “Com Uma Viagem na Palma da Mão”, editado em setembro de 1975, confirmou que o seu processo de criativo “é caótico” e que funciona “um bocado por impulso, por instinto”.

“Há pessoas que escrevem todos os dias, eu devia fazer isso, mas não faço. Mas apetece-me agora, tenho alguns assuntos para abordar”, afirmou. Não adianta para já quais, justificando-se com o tal processo criativo muito próprio, que “está um bocado em turbilhão”, com “apontamentos por todo o lado” e memorandos de voz no dictafone.

Mas com temas já escritos e um declarado apetite de voltar para estúdio, Jorge Palma revela, no entanto, que ambiciona juntar no novo álbum o septeto que construiu a digressão Expresso de Outono e com quem partilha “um ambiente do caraças” – constituído, para além do seu piano, guitarras e voz, por Pedro Vidal (guitarras e direção musical), Gabriel Gomes (acordeão), Vicente Palma (guitarras e teclados), Nuno Lucas (baixo), Tomás Pimentel (trompete) e João Correia (bateria) – a outras sonoridades como as cordas de uma pequena orquestra.

“Provavelmente vou ter cordas, isso de certeza, não sei se vai ser um quarteto de cordas ou uma pequena orquestra, tipo filarmonia, não vou para a grande orquestra”, frisou.

No concerto da Figueira da Foz, duas horas de música e 26 canções, assumiu uma especial, “Eu Vim de Longe”, sozinho à guitarra, em homenagem ao amigo “excecional” José Mário Branco, falecido em novembro.

“É difícil a gente habituar-se à ideia de que já não podemos ir jantar um dia destes”, lamentou.

E foi sobre música, quase meio século de música em nome próprio e colaborações com inúmeros artistas nacionais “da velha guarda e da média guarda”, que a conversa com a Lusa continuou, com Jorge Palma a explicar que, ao vivo, há canções sempre no alinhamento, como “Frágil”, “Dá-me Lume” ou “A Gente Vai Continuar”, “que já são um must”, continua a ter prazer em tocá-las “e o público gosta”.

E depois há outras, “que eram menos conhecidas e que o pessoal agora vai conhecendo melhor” como “Qualquer Coisa para a Música” – tema que encerrou, em ritmo de festa, o concerto de sábado e a digressão de 11 datas – e que já tem 40 anos.

“Foi gravada em 1979 [num álbum com o mesmo nome], veio para a rua em 1980 ao mesmo tempo que o Ar de Rock do Rui Veloso”, recordou.

As mais recentes colaborações em Portugal incluem Mariza e uma música escrita por Jorge Palma “que há de sair”, Carlos do Carmo, para quem compôs recentemente, e os Linda Martini que estão a ultimar uma versão de “Frágil”, disse o músico.

E quando se lhe pergunta com quem gostaria de trabalhar no estrangeiro, Jorge Palma faz uma pausa, descarta à partida, com uma gargalhada, uma das suas referências, Bob Dylan – “o Dylan não tem pachorra para mim” – e confessa que “adorava” fazer um dueto com Paul Simon.

E via-se “perfeitamente” num ‘duelo’ ao piano com Tom Waits, talvez até com uma versão portuguesa de “Innocent When You Dream”, ou outra música qualquer do músico e compositor norte-americano.

“Tanto faz, ele que dissesse qual. Isso [colaboração com Tom Waits] era com muito prazer e era capaz de ser engraçado”, declarou.

Em 2020, além do novo álbum e da comemoração dos 45 anos do primeiro trabalho de originais, Jorge Palma celebra 70 anos, em junho: “Ando muito contente por chegar aos 70? Bem, ainda não cheguei, calma aí”, avisou.

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