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Fechou em Lisboa o mais antigo clube de jazz da Europa

O Hot Clube de Portugal (HCP), em Lisboa, encerra portas a partir desta quarta-feira, por ordem camarária, justificada por “questões estruturais” do edifício, onde está localizado.

A presidente do HCP, Inês Homem Cunha, disse que sabia “ainda muito pouco” sobre a questão, e que está prevista uma reunião com a câmara na próxima sexta-feira.

“A Câmara de Lisboa fez uma inspeção ao Hot Clube, aqui há umas semanas, depois regressou há uma semana, e agora comunicou-nos que o edifício tem danos estruturais, que está em perigo e portanto não pode funcionar”, disse Inês Homem Cunha à agência Lusa.

“Recebemos hoje ordem para fechar e acatámos de imediato”, acrescentou, não havendo previsão de reabertura.

O HCP localiza-se na praça da Alegria, num edifício que agora está apenas ocupado pela instituição criada em 1950. 

Em mais de setenta anos de história, o Hot Clube de Portugal terá vivido o momento mais difícil em 2009, quando a cave onde funcionava há décadas, num edifício na Praça de Alegria, ficou destruído num incêndio, sobrando apenas a fachada desse prédio.

Dois anos depois, em 2011, o Hot Clube de Portugal retomou a atividade duas portas ao lado da cave antiga, num espaço mais moderno, mas, ainda assim, pequeno. Foi a este local que a câmara de Lisboa deu agora ordem de encerramento.

Para hoje, o Hot Clube previa um concerto de homenagem ao baterista de jazz Gualdino Barros. O concerto contava com a atuação de Rui Caetano, piano, Afonso Pais, guitarra, Romeu Tristão, contrabaixo, e Pedro Felgar, bateria, e a receita revertia a favor do histórico músico português, que chegou a tocar com a pianista e compositora norte-americana Nina Simone, nos anos de 1960, em Paris.

A programação de quinta, sexta-feira e sábado do Hot Clube de Portugal contava com o trio do pianista galego Abe Rábade, com o contrabaixista Pablo Martín Caminero e o baterista Bruno Pedroso.

O Hot Clube de Portugal, o mais antigo clube de jazz europeu em atividade, foi fundado oficialmente a 19 de março de 1948, quando Luiz Villas-Boas, melómano e seu fundador, preencheu a ficha de sócio número um – ficha que se mantém no património da instituição.

A par do clube e da Escola de Jazz Luiz Villas-Boas, parte do trabalho do Hot passa também pelo núcleo museológico, assente sobretudo no espólio deixado pelo fundador, que morreu em 1999.

Em março de 2020, o Hot encerrou por causa da pandemia de covid-19, tendo mantido, porém, durante os períodos de confinamento, atividades como concertos ‘online’, celebrações do Dia Internacional de Jazz e do seu próprio aniversário.

O Hot Clube detém uma etiqueta discográfica própria, desde 2014.

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