De que está à procura ?

Colunistas

Coisas da vida

Morreu a minha avó, morreu o meu avô, morreram já três tios meus, faleceu uma tia, faleceu o meu sogro que eu muito estimava, morreram amigos, alguns daqueles do caraças, daqueles em que partilhamos muita merda junta… e nunca chorei, nunca tinha chorado num funeral, e mesmo apesar de triste, não entendia porque é que via toda a gente a chorar e eu não o fazia.

Na sexta feira vim abaixo, estive uma meia hora aguentar-me mas depois não resisti. Começaram a surgir as lembranças e as emoções, e a pensar que parte de mim também partiu, uma parte da zona de conforto e de esperança, uma das partes boas.

Bateu fundo, muito fundo, muito mais fundo do que eu imaginava, e ainda estou atordoado, porque não foi só um daqueles primos chegados que partiu, mas também um pouco de mim e da minha geração de primos, e nós somos unidos.

Parte da minha viagem no regresso a Coimbra foi com lágrimas nos olhos e a falar com a Ana de momentos fantásticos de uma cambada de putos estranhos que um dia se fizeram homens!

Bom, eu não entendo muito da vida ou da partida, mas sei que de o tempo não tem principio nem fim, que o espaço também o tem, porque raio a vida, o valor mais universal, haveria de ser efémero? Partiu e deixou saudades, muitas saudades…

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA