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Caretos de Podence colocam Trás-os-Montes no mapa do turismo

O presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) sublinhou hoje o contributo que a distinção dos Caretos de Podence pode dar para atrair visitantes a Trás-os-Montes, o subdestino nortenho menos procurado em 2018.

A declaração dos Caretos como Património Imaterial da Humanidade “é uma marca muito forte”, que “vai ajudar a promoção do território transmontano nos mercados estrangeiros”, a começar pelo espanhol e, dentro deste, nos mercados da Galiza e de Castela-Leão, disse o líder do TPNP, Luís Pedro Martins.

“Os turistas espanhóis serão o primeiro alvo, sem dúvida”, frisou o responsável, que falava à agência Lusa no dia em que recebeu na loja do TPNP do Aeroporto do Porto a comitiva que acompanhou na Colômbia a declaração do Caretos de Podence como Património Imaterial da Humanidade.

Em 2018, indicou Luís Pedro Martins, a região Norte alojou 4,5 milhões de turistas – o equivalente a metade da população portuguesa –, mas a procura de Trás-os-Montes resumiu-se a 2,5% desse global, ficando os restantes pelo Grande Porto, Minho e Douro.

“Mais ainda: 80% dessa pequena fatia de visitantes que procuraram Trás-os-Montes era constituída por portugueses”, assinalou o responsável.

No âmbito do esforço de atração de espanhóis ao subdestino turístico de Trás-os-Montes, o TPNP agendou já para 14 de janeiro uma reunião de trabalho com a Junta de Castela-Leão visando “tentar desenvolver produtos que sejam transversais aos dois territórios”, acrescentou.

A estratégia de conseguir uma melhor distribuição dos turistas por toda a região cruza-se com duas outras: tentar atrair mais turistas na chamada época baixa e aumentar a estada média de turistas na região, fixada em 1,8 dias por visitante e que Luís Pedro Martins pretende que ultrapasse, “pelo menos, os dois dias”.

Independentemente da ajuda que distinções como a conferida aos Caretos possa dar à promoção turística, “é sempre de festejar o reconhecimento mundial destes nossos territórios, das nossas tradições, da nossa cultura”, observou o dirigente da estrutura nortenha.

Significa, disse, “que temos coisas fantásticas no nosso território, um património fantástico, quer seja o Douro vinhateiro, as pinturas rupestres, os centros históricos do Porto e de Guimarães, o Bom Jesus de Braga, o barro de Bisalhães e agora os Caretos de Podence”.

Luís Pedro Martins adiantou que todas estas marcas “de grande notoriedade vão ajudar as campanhas internacionais que o TPNP vai promover para captação de turistas, apoiada no que está classificado como Património Mundial”.

Numa primeira fase, a entidade regional “vai trabalhar só com os sítios Património Mundial e, depois, com o Património Imaterial da Humanidade”.

Os Caretos de Podence foram declarados na quinta-feira Património Cultural Imaterial da Humanidade pela organização das Nações Unidas, para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

A decisão foi anunciada na Assembleia Geral da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, que terminou no sábado em Bogotá, na Colômbia.

Os tradicionais mascarados do Entrudo Chocalheiro da aldeia do concelho transmontano de Macedo de Cavaleiros passam a estar integrados numa lista mundial onde Portugal já tem o Fado, o Cante Alentejano, a Dieta Mediterrânica, a Falcoaria e os chamados “Bonecos de Estremoz”.

As “Festas de Inverno Carnaval de Podence” foram a única candidatura selecionada pelo Governo português para representar Portugal nesta XIV reunião do Comité Internacional da UNESCO.

A decisão suscitou múltiplas reações de congratulação, incluindo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

 

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