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Arquitetos portugueses vencem concurso para extensão de museu de Toulouse

Os irmãos Manuel e Francisco Aires Mateus venceram o concurso para a construção da extensão da nova entrada do Museu des Augustins, em Toulouse, de acordo com a informação enviada esta quinta-feira à agência Lusa pelo atelier do arquiteto.

A proposta foi escolhida na segunda fase do concurso público lançado por aquela autarquia francesa, suplantando os outros três finalistas, os ateliers de Rudy Ricciotty, de Marselha, Bernard Desmoulin, de Paris, e Voinchet & Architectes Associés, de Toulouse/Paris.

O projeto proposto pelos irmãos Aires Mateus prevê “uma reformulação de várias funções do museu existente, a partir da construção de um novo volume de acesso ao convento quatrocentista que, desde o fim do século XVIII, acolhe um dos museus mais antigos de França e do mundo”, lê-se na informação do atelier português.

Para a autarquia, o projeto dos arquitetos portugueses facilita uma nova relação do museu com a cidade, permitindo reformular os percursos e melhorar a acessibilidade ao edifício.

“A entrada do museu é marcada por uma abertura para o qual o visitante inevitavelmente se vira. Esta abertura revela um vazio mineral e profundo, que conduz o visitante até ao claustro”, escreve o atelier português.

Assim, “numa cidade contemporânea densa em imagens, movimentos e ruídos, a entrada proposta é um vazio para o qual o visitante se virará naturalmente, atraído pelo fluxo que os vazios – raramente tão evidentes – são capazes de suscitar”, prossegue o comunicado.

“O charme do museu reside nesta simbiose onde o valor das obras expostas e o percurso museográfico são inseparáveis do contexto espacial do convento. Nesse sentido a nova entrada do museu será também a nova porta do convento: esta deverá abrir-se à cidade de forma evidente e virar-se para o claustro serenamente, respeitando os valores espaciais dos quais a estrutura conventual é depositária”, afirma a descrição do projeto de Manuel e Francisco Aires Mateus.

A composição inscreve-se no espaço da antiga ala sul do claustro, recuperando as dimensões da desaparecida “Chapelle de l’Ecce homo”.

“A proposta preenche o lugar que lhe foi atribuído pela história, respeitando as condicionantes patrimoniais e destacando-se serenamente de todas as referências históricas”, conclui o atelier.

Manuel Aires Mateus, Prémio Pessoa 2017, e Francisco Aires Mateus participaram, em 2010, na Bienal de Veneza, a convite da organização, com a peça “Radix”. Regressaram em 2012 à cidade italiana, integrados no projeto “Lisbon Ground”, da representação oficial portuguesa, e, em 2016, em mostras paralelas da bienal.

Em 2014, o ateliê Aires Mateus venceu o concurso para criar o Centro Muçulmano de Bordéus, em França, projeto cuja conclusão se esperava para o ano passado.

Em março de 2017, foi inaugurado em Tours, França, o Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré. Assinaram igualmente o Museu de Design e Arte Contemporânea, em Lausanne, na Suíça, cidade para a qual também venceram o concurso do Museu da Fotografia de Elysée.

O ateliê é também autor de projetos como a Faculdade de Arquitetura, em Tournai, na Bélgica, a renovação do Colégio da Trindade, em Coimbra, edifício datado do século XVI, o Centro de Artes de Sines e o Centro de Convívio em Grândola, além de um conjunto residencial em Alcácer do Sal, aos quais se juntam uma residência na Herdade da Aroeira, Almada, o Santo Tirso Call Center, e um edifício na lagoa das Furnas, na ilha de S. Miguel, Açores.

Em dezembro, Manuel Aires Mateus estava também entre os arquitetos distinguidos com o Prémio Valmor, pelo projeto de ampliação da ETAR de Alcântara, em Lisboa.

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