O padre Flávio Martins, responsável pelo Setor Diocesano da Educação da Fé dos Adultos, disse à Agência ECCLESIA que o “número de adultos que pede o batismo é grande” e que “a maioria das paróquias oferece esta possibilidade de formação e caminhada”. 

“Desde que assumi esta função o número de adultos é sempre grande, nos últimos dois anos baixou mas aqui temos sempre grande número de homens e mulheres que procuram os sacramentos de iniciação cristã na diocese e a maioria das paróquias oferece esta possibilidade de formação e caminhada”, explica.

O responsável pelo Setor Diocesano da Educação da Fé dos Adultos refere que, segundo a sua experiência, há várias motivações para esta realidade.

“Pode ser na preparação para o matrimónio, em que um dos nubentes pode não ser batizado e é feita a proposta, depois podem ser convidados para ser madrinhas ou padrinhos, e também, mas mais raro, pode ser que algum adulto venha à procura de verdadeira caminhada”, descreve.

O padre Flávio Martins conta ainda que pode acontecer numa descoberta de fé, “depois de uma celebração, um funeral ou um momento mais difícil da família, um adulto procurar uma conversa e iniciar-se uma caminhada de fé”.

A “criar uma unidade na diocese” ao nível do itinerário proposto, para que “cada paróquia possa adaptar à sua realidade”, o responsável destaca a dificuldades em encontrar catequistas disponíveis para acompanhar os adultos. “Costumo dizer que cada um caminha ao seu ritmo e a catequese é feita pelo catecúmeno, nós estamos ali, transmitimos a boa notícia mas ele é que faz a caminhada, irá ao seu ritmo e não é fácil ter catequistas de adultos”.

A proposta são de dois ou três anos de formação e o padre Flávio Martins aponta a exigência do caminho.

“A proposta é usar como modelo o catecismo da Igreja Católica, a descoberta de fé, celebração, profissão da própria fé e oração, porque a catequese de adultos é levar a um encontro pessoal com Jesus Cristo, na idade adulta preparação é para o Batismo, Eucaristia e Confirmação, sacramentos da iniciação cristã, numa caminhada mais extensa e exigente”, indica.

Segundo o responsável e pároco de Albufeira, na diocese de Algarve, há ainda outra preocupação, dos adultos estrangeiros que se aproximam da Igreja pedindo o batismo, “surgindo alguns casos noutras paróquias”.