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Adeuses a D. Manuel Martins – três anos depois

Em 24 de Setembro de 2017 curvava ante a lei do tempo D. Manuel Martins. Um homem que sabia onde era o norte, até porque é um homem do Norte, de Matosinhos.

Bispo católico, dirigiu espiritualmente a Diocese de Setúbal, de 1975 a 1998, um Distrito martirizado no pós-25 de Abril.

Pela sua peculiar evangelização, pelo facto de meter os pés a terreiro, ganhou a alcunha de Bispo Vermelho. Coisa que o incomodava rigorosamente nada; pelo contrário: sentia-se honrado. Mas se preciso fosse contrariar esse desiderato, ele o faria com uma bonomia incrível, como de resto levava a sua, a nossa vida.

Reconhecendo o seu múnus de excelência, várias autarquias do país, amigos e apreciadores, e outras instituições reuniram em confraternização, ainda em vida, e por muitas havia ou houve ser designado cidadão honorário, contando imensos galardões de mérito, tendo o seu nome em dois estabelecimentos de ensino em Portugal.

A Câmara Municipal de Felgueiras, no seu último executivo PSD, ignorou totalmente aquele convite de que fui portador, para estar presente na supradesignada homenagem ao Bispo emérito, onde se concertaram homenagens posteriores. Aquela Câmara saiu muito mal dentre tudo isto, nuns moldes que na altura plasmei. Muitos felgueirenses perderam assim a honra de se verem representados em D. Manuel Martins.

Manuel da Silva Martins foi um dos homens contemporâneos mais escorreitos da Igreja Católica e fortemente da e na sociedade. Sobretudo porque é no meio de povo que se é povo, que se evangeliza, se fraterniza.

É a lei da vida, que não seguramente a lei da morte, porque nada apaga nadinha do que fez na sua vida… na nossa vida – porque ele é(ra) também a nossa vida.

Chronos é agora, também, a designação de um homem que é o tempo todo.

O quadro que se vê na fotografia acima é da autoria do Mestre Adelino Ângelo, amigo imenso do Bispo. Adelino Ângelo também faz o favor de me dar atenções. Curiosamente, vão sei lá quantos anos, um dia cheguei tarde à aula na Primária, para visitar uma exposição do mestre no Salão Nobre da Câmara de Felgueiras.

Aleluias e adeuses a D. Manuel Martins.

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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