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A minha neta

A minha neta desde que tomou consciência que havia outras pessoas para além das produtoras de leite materno, tomou-me de ponta e certamente atormento-lhe os sonhos. Na verdade, ela vira a cara quando me vê, chora se me aproximo, mas são coisas que não me inquietam, levo com ternura que pessoas falem para ela e dizem ”coitadinho do avô, ele é tão bonzinho”.

Porém, é um pouco fútil elogiarem-me perante um bebé, que acabou de fazer 9 meses, e não entende português.

Só se sente confortável comigo desde que acompanhada, até ousa vir ao meu colo, como quem se atreve a espreitar na cova do lobo. Inclusivamente já lhe mudei as fraldas, mas sempre acompanhado por pessoas da referência dela. Só uma vez estivemos sozinhos a dois e aquilo foi um choro medonho, as lagrimas grossas corriam-lhe face a baixo ao ate ao momento de eu a largar no sofá e dizer “gritar faz-te bem, abre-te os pulmões”. Foi uma meia hora terrível, ao ponto de no dia seguinte, o vizinho do andar de baixo me ter perguntado se a menina estava com dores de barriga.

Assim, neste momento convivemos muito bem, desde que haja alguém próximo que seja de confiança. Apesar de tudo e porque diz papá, aponto para mim olhando para ela e digo “Diabo” para tentar que ela aprenda, por apesar de tudo e de todos os malucos que andam aí a provocar guerras, é importante ser-se neta do Diabo, dá-lhe estatuto.

Pedro Guimarães

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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