De que está à procura ?

Lifestyle

Prémio de cofundador da Microsoft atribuído a português

O investigador Henrique Veiga-Fernandes, do Laboratório de Imunofisiologia do Centro Champalimaud, conquistou um prémio de um vírgula cinco  milhões de dólares (um vírgula três milhões de euros), criado pelo cofundador da Microsoft Paul Allen, que morreu a 15 de outubro, foi anunciado.

É a primeira vez que este prémio é atribuído a um investigador em Portugal, afirma a Fundação Champalimaud em comunicado.

O prémio Allen Distinguished Investigator foi atribuído pelo trabalho desenvolvido sobre a forma como o sistema nervoso e o sistema imunitário interagem no corpo humano para o proteger das infeções.

Veiga-Fernandes realizou “estudos pioneiros que lhe permitiram identificar, com a sua equipa, unidades de células neuroimunes em diversas partes do corpo”, incluindo o intestino, os pulmões, a gordura e a pele, segundo a instituição.

“Trata-se de regiões especializadas onde os neurónios e células imunitárias se juntam e comunicam de forma a influenciar a maneira como o organismo responde a ameaças exteriores tais como vírus e bactérias”, explica a fundação.

O montante do prémio destina-se a um projeto a três anos e financiará o desenvolvimento de duas novas técnicas que permitirão medir como se processa a interação e comunicação celular.

Os cientistas vão criar marcadores fluorescentes especiais para ver quais são os neurónios que interagem com certo tipo de células imunitárias e desenvolver “uma etiqueta” específica para seguir certas células e ver o que acontece depois de terem interagido com neurónios.

“Estas técnicas deverão fornecer novas pistas sobre a forma como os neurónios influenciam diretamente o sistema imunitário”, esperam os cientistas.

Henrique Veiga-Fernandes é investigador principal no Centro Champalimaud, estudou medicina veterinária em Lisboa e em Milão, doutorou-se em Imunologia em Paris e fez o pós-doutoramento em Londres.

Em 2009, regressou a Portugal para fundar o seu próprio grupo de investigação no Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa.

O prémio, de periodicidade anual, destina-se a financiar pesquisas de “excepcional criatividade e impacto potencial”, destacando ideias e esforços pioneiros, em áreas de fronteira, com um impacto transformador em biomedicina.

Os galardoados foram escolhidos por Paul Allen e um grupo de conselheiros científicos. Desde 2010 (incluindo esta última edição) foram atribuídos 69 prémios.

Além de Veiga-Fernandes, foram também seleccionados nove cientistas a trabalhar em oito projectos nos EUA e Canadá. Os projectos – nas áreas do linfoma, das neurociências, do sistema imunitário, do envelhecimento, do desenvolvimento e da biologia fundamental – recebem um total de 13,5 milhões de dólares (11,9 milhões de euros).

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA