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Pedrógão Grande: inglês sobreviveu “a chorar e a rezar”

“Podíamos ter morrido, devíamos ter morrido. Um ato de generosidade salvou-nos a vida ontem à noite e agora tudo o que podemos fazer é rezar por Portugal”. É assim que o britânico Gareth Roberts, que vive há quatro anos em Portugal, citado pelo Diário de Notícias.

De regresso de Espanha, onde tinha ido passar férias, Roberts estava a mais de 50 minutos de casa quando começou a ver o fumo. Antes de perceber bem a gravidade da situação, ficou retido na localidade de Mó Grande, numa saída do IC8, depois de um polícia o ter dirigido para fora da estrada.

O cenário mudou rapidamente, com as chamas a saltarem de um lado do vale para o outro e com o vento a atirar ramos para cima do carro. “Mas era impossível parar, dava para sentir o calor.” Quando chegou a Mó Grande, o pânico era total. No meio das chamas, do fumo, do calor, Gareth Roberts chorava, os locais choravam e não viam saída.

“Um homem gritou para nos refugiarmos em casa dele, com a mãe dele, e alguns de nós fizeram-no.” Um grupo juntou-se num anexo da casa e Gareth foi uma dessas pessoas, cercadas pelas chamas, sem comunicações, sem eletricidade. “Atiramo-nos para o chão durante uma hora ou mais, a tentar respirar, a rezar, a chorar. Não me envergonho de dizer, estava a rezar, estávamos todo a rezar. Não sou religioso mas naquela altura, era tudo o que podia fazer.”

O fogo acabou por passar e Roberts contou à BBC como quando saíram da casa encontraram quase tudo queimado até ao chão, uma “devastação indescritível”, um silêncio estranho. “De forma milagrosa, a nossa casa e a casa ao lado não arderam.”

Roberts agradece a generosidade de quem lhe deu abrigo e os “muitos exemplos dos mais fantásticos atos de humanidade”: se “aquelas pessoas não tivessem sido generosas, não estaríamos aqui hoje”.

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