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Pedra

Nasceu redonda e perfeita,

depois ficou parada, imóvel,

como outra coisa qualquer,

quando o tudo era nada.

 

A pouco e pouco toma consciência,

sente-se e não sente nada,

apenas a dor contida,

a vontade de nascer,

o impulso de ser.

No torpor cresce a vontade,

no vazio, o querer,

no silêncio, a revolta.

E de repente, num grito

que dura apenas um milésimo de éon,

solta-se, racha, contorce-se e lacera

toda a superfície dolorosamente.

A rocha desabrocha.

 

A entropia rasga-se em caos, o princípio de tudo.

A perfeição já não existe.

 

JLC2010

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