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Paris vai ter loja portuguesa “revolucionária”

Paris vai ter uma “concept store”, definida como “revolucionária”, por querer mudar o modelo de compra e de venda e por ter apenas produtos portugueses “de luxo e ‘premium’ luxo”, de acordo com os seus fundadores.

A loja pretende ser o pontapé de saída da internacionalização da eNeNe – Novos Navegadores, “a primeira marca portuguesa de luxo, ‘premium luxo’ e a primeira marca portuguesa internacional de moda”, nas palavras dos seus fundadores, Carlos Sereno e Luís Filipe Neto.

O espaço vai ser inaugurado a 08 de fevereiro, na rue du Temple, “no centro do bairro mais ‘trendy’ e ‘arty’ de Paris, que é o Marais”, onde passam anualmente “mais de 32 milhões de visitantes”, sendo o objetivo abrir também lojas em Portugal, na Ásia, África do Sul, Bogotá e Nova Iorque, nos próximos anos.

“É um espaço revolucionário que é inédito mundialmente, com uma nova proposta de experiência cliente de retalho a que chamamos de ‘physital concept’: é uma mistura de físico e digital e vai ser mesmo uma das nossas entidades em termos de ADN da marca”, afirmou o lusodescendente Carlos Sereno, assegurando que quer ter “a loja mais ‘hype’ de Paris”.

O “physital concept” vai cruzar o espaço físico com o ‘e-commerce’: a loja não vai ter preços visíveis nem caixas registadoras, porque os produtos vão estar identificados com códigos QR com cinco cores correspondentes a uma gama de preços, e será o cliente a digitalizar esse código no seu ‘smartphone’.

A compra poderá ser finalizada no telemóvel ou com a ajuda dos vendedores, “hospedeiros e hospedeiras de bordo”, munidos de um ‘tablet’, todos lusófonos e vestidos com um macacão alta-costura assinado pelo ‘designer’ de moda Luís Carvalho.

“A ideia é propor um percurso ‘seamless’, ou seja, minimizar ao máximo as interações do cliente até à compra. Por exemplo, num ‘site’, o cliente tem a identificação, o cesto das compras, depois paga. Nós queremos diminuir todas estas etapas e fazer com que o cliente só tenha de fazer o ‘scanner’ do produto, pôr no cesto, comprar e ir embora”, descreveu Joana Pacheco, diretora-executiva dos Novos Navegadores.

Nas paredes da loja, vai haver hologramas de produtos ou animações, enquanto a cenografia nas prateleiras quer “contar histórias”, com, por exemplo, “uma linda garrafa de vinho do Porto ao lado de um vaso da Vista Alegre em cristal, e um livro sobre analogia portuguesa”.

Ao longo de 150 metros quadrados, a loja vai reunir “unicamente produtos do setor premium luxo e do luxo do que se faz melhor hoje em dia em Portugal” nas áreas do calçado, roupa, alta ourivesaria, novas tecnologias, casa, ‘design’, ‘gourmet’, papelaria e livraria, acrescentou Carlos Sereno.

Cerâmica Vista Alegre e Bordallo Pinheiro, moda de Luís Buchinho, Anabela Baldaque, Luís Carvalho, Storytaylors, Carolina Machado e Ricardo Andrez, calçado Wolf & Son, vinhos Quinta da Boavista, petiscos José Gourmet, filigrana Euleterio são alguns dos “mais de cem nomes presentes nesta aventura”, apadrinhada pelo realizador de “A Gaiola Dourada”, o lusodescendente Ruben Alves.

Para Carlos Sereno, que nasceu em Paris, o objetivo é valorizar o “made in Portugal” e “polir o diamante” da produção portuguesa para “vender em nome dos portugueses”, pelo que “tudo o que vai estar na loja vai ter a etiqueta da pessoa que produziu”.

“É importante valorizar as pessoas que estão lá em Portugal. Portugal sem os seus fornecedores não é nada. Em todos os setores, seja a música, gastronomia, livraria, vamos poder ajudar as pessoas a estar presentes, a fazer a promoção dos produtos na nossa loja como se fôssemos um cantinho de Portugal aqui em Paris”, continuou o arquiteto e empresário.

Também Luís Filipe Neto sublinhou que a loja dos Novos Navegadores, no bairro onde estão marcas como Dior, John Galliano, Gucci, Chanel, Fendi ou Karl Lagerfeld, pretende ser uma vitrina da produção portuguesa para reparar uma injustiça que constatou quando chegou a Paris há 14 anos.

“Quando cheguei cá a Paris, foi com grande surpresa que vi muitas marcas – não portuguesas – como Christian Dior, Louis Vuitton, Chanel e companhia, em que a produção era quase toda feita em Portugal”, recordou o português de 38 anos, apontando que os lucros da mão-de-obra portuguesa iam para essas marcas internacionais.

Apesar de considerar que a qualidade já era marca portuguesa de fabrico há dez anos, Luís Filipe Neto admitiu que a sua loja não teria sido possível nessa altura, porque “Portugal não estava na moda”, nem tinha ganhado “o Euro de futebol, a Eurovisão e o prémio como melhor destino turístico do mundo”.

Com um nome que remete para as conquistas das Grandes Descobertas, os Novos Navegadores querem abrir “uma nova época” na história do comércio a retalho, e dar “uma loja revolucionária aos talentos portugueses”, concluiu Joana Pacheco.

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