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Papa Francisco fez uma “TED Talk”

O Papa Francisco incentivou à cultura da ternura e espera que o crescimento da inovação científica e tecnológica se faça com “mais igualdade e inclusão social”, numa participação surpresa no ‘TED Talks’ de Vancouver (Canadá) dedicado ao futuro.

“O futuro da humanidade não está exclusivamente nas mãos dos políticos, dos grandes líderes, das grandes empresas. Eles têm uma enorme responsabilidade mas o futuro está, acima de tudo, nas mãos daqueles que reconhecem o outro como um ‘tu’”, disse numa vídeo-mensagem, divulgada esta terça-feira.

O Papa afirmou que o futuro é feito de encontros porque “a vida flui através das relações com os outros e é sua convicção que “a existência de cada um está profundamente ligada à dos outros” porque a vida não é apenas o tempo passando, “a vida é sobre interações”.

Aos participantes do ‘TED Talks‘ de Vancouver, no Canadá, intitulado ‘The future you’, Francisco afirmou que gosta muito do tema porque “olhar para amanhã” convida a abrir um diálogo hoje.

“Muitos, hoje, parecem acreditar que um futuro feliz é algo impossível de alcançar. Tais preocupações devem ser levadas muito a sério” mas “não são invencíveis”, observou o pontífice, explicando que isso se pode superar quando não se fecha a “porta para o mundo exterior”.

“A felicidade só pode ser descoberta como um dom de harmonia entre o todo e cada componente. Mesmo a ciência aponta para uma compreensão da realidade como um lugar onde cada elemento se conecta e interage com tudo o mais”, acrescentou.

No discurso, Francisco constatou também que seria maravilho se o crescimento da inovação científica e tecnológica se fizesse com “mais igualdade e inclusão social”.

Para o Papa, seria ainda “maravilhoso” se enquanto se descobrem novos planetas fossem redescobertas “as necessidades dos irmãos e irmãs” que orbitam ao redor de cada um, ou se a palavra não fosse “simplesmente reduzida ao trabalho social” mas fosse a “atitude padrão nas escolhas políticas, económicas e científicas”, bem como nas relações entre os indivíduos.

Segundo Francisco, apenas quando se educar as pessoas para uma “verdadeira solidariedade” vai ser superada a “cultura do desperdício”, não apenas alimentar e de bens, mas de pessoas que “são deixadas de lado” pelos “sistemas técnico-económicos”.

“Solidariedade é um termo que muitos desejam apagar do dicionário. A solidariedade, no entanto, não é um mecanismo automático. Não pode ser programado ou controlado”, alerta, destacando que é uma “resposta livre, grátis”.

A intervenção recordou a parábola do Bom Samaritano como “a história da humanidade de hoje” porque os caminhos “estão cheios de sofrimento” e “tudo está centrado em dinheiro”, nas coisas e não nas pessoas.

Francisco, que falou ainda sobre a “revolução da ternura”, disse que para os cristãos, “esperança” é o nome do futuro.

“Sentir-se esperançoso não significa ser otimistamente ingénuo e ignorar a tragédia que a humanidade enfrenta, mas é a virtude de um coração que não se prende à escuridão, que não se detém no passado, que simplesmente não passa no presente, mas é capaz de ver um amanhã”, desenvolveu, no apelo a que também se ouça o “grito silencioso” da casa comum “doente e poluída”.

Aos participantes do TED de Vancouver, que até sexta-feira vão ouvir mais de 80 conferencistas – médicos, engenheiros, artistas e especialistas em clima –, referiu ainda que para fazer o bem é preciso “memória, coragem e criatividade”.

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