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Memória curta

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Chegou com aparato para a “limpeza” relâmpago de mato, à boleia de um helicóptero. À espera, a Corte de 20 ministros. A encenação, paga pelos cofres do Estado, com António Costa armado de roçadora, resplandecente fato verde e capacete amarelo, demorou 6 minutos e 47 segundos. A ética republicana é assim.

O primeiro-ministro não viajou a pé, de bicicleta, mota ou carro. Mas também não aterrou em Portalegre a bordo de um Kamov. Em tempos de “geringonça” coletivista, foi numa aeronave moderna, de uma empresa privada. Mais do que irónico, o facto, que ninguém assinalou, está carregado de simbolismo.

Tivesse alguém perguntado a António Costa por que razão não se fez transportar num dos famosos aparelhos russos, a resposta teria sido fácil; Não voam. Mas sopeada a responsabilidade na decisão da compra, o custo para os contribuintes e a falta que fizeram no combate aos incêndios que em 2017 provocaram mais de 100 vítimas, não se compreende o silêncio.

Em 2006, contra pareceres de especialistas, António Costa, ministro da Administração Interna de um governo presidido por José Sócrates, decidiu adquirir seis helicópteros Kamov por 42 milhões de euros acrescidos de IVA, entregues com um atraso de mais de 2 anos e meio, a que se somou nova demora superior a 22 meses, por não estarem em condições de utilização. Apesar dos incumprimentos do fabricante, o então subsecretário de Estado Rocha Andrade perdoou as penalidades até à quase insignificância e decidiu mesmo antecipar os pagamentos devidos por Portugal. Pelo caminho, houve que alugar outros helicópteros. A EMA, empresa criada para a gestão da frota, somou medidas de prodigalidade. Pagaram-se 22 milhões de euros por horas de voo que nunca aconteceram. E de momento, entre acidentes, avarias e faltas de certificação, nenhum aparelho russo despega do chão.

Foi também em 2006 que António Costa e Rocha Andrade contrataram o SIRESP por 485,5 milhões de euros, a um consórcio da PT, BES, SLN e Motorola, esta representada por Lacerda Machado, recentemente nomeado para o Conselho de Administração da TAP. De entre as falhas miseráveis do Estado relatadas pela Comissão Técnica Independente sobre os incêndios de 2017, sobressai a absoluta incompetência do SIRESP.

E como não recordar aquele Tweet do primeiro-ministro, que em pleno mês agosto dizia: “trabalhamos agora para prevenir as cheias do inverno”. Em outubro foi como se viu.

Epílogo: impressionante país formatado à Esquerda, que com o PS condescende e esquece, naquilo que à Direita seriam pecados permanentes, a recordar sem perdão.

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