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Lucy Bronze: a mais portuguesa das futebolistas britânicas

Quando Portugal e Inglaterra entraram em campo, para a derradeira jornada da fase de grupos do Europeu feminino, iniciou-se um jogo com uma carga simbólica para a britânica Lucy Bronze. Afinal, a lateral-direito do Manchester City, 25 anos, podia estar na seleção adversária, uma vez que o pai, Joaquim, é lisboeta.

“O meu pai é português, de Lisboa. A minha mãe, que é inglesa, conheceu-o em Faro e vai assegurar-se que ele vai apoiar Inglaterra. Ele será informado sobre quem deve apoiar”, brincou a defesa em declarações reproduzidas pelo jornal The Guardian, ela que chegou a ter em mãos um convite da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

“Convidaram-me para jogar por Portugal através do Facebook. Uma mulher chamada Mónica Jorge, que agora é a líder do futebol feminino em Portugal”, confessou a futebolista, que cresceu no Nordeste de Inglaterra. “Ela deve ter assistido a algum jogo de uma seleção jovem inglesa em que eu estava a jogar, e terá ouvido que eu era meia portuguesa. Entrou em contacto com os meus pais através do Facebook e basicamente disse: “Obviamente, é extraordinário que a Lucy esteja a jogar nas seleções jovens de Inglaterra, mas, se houver alguma hipótese de jogar por Portugal, nós vamos recebê-la na nossa seleção e desenvolvê-la””, contou a lateral que joga nos citizen.

Lucy Bronze acabou por escolher a equipa dos três leões, mas ponderou bastante antes de decidir. “Eu tinha 16 anos na altura e não entrei nas contas da seleção principal até aos 21. Apenas fui chamada à equipa para o Europeu de 2013, porque houve imensas lesões. Senti-me quase empurrada. O Hope Powell [antigo selecionador] disse-me que havia algumas jogadoras lesionadas e que eu ia ser chamada. Por isso, não sentia realmente que tinha entrado na seleção. Cheguei a um ponto em que pensei que apenas queria jogar internacionalmente e que era tão portuguesa como inglesa. Mas os treinadores mudaram, e Mark Simpson passou a chamar-me regularmente”, contou a defesa.

Lucy defrontou pela primeira vez o país do pai, e ganhou, ao serviço de uma das favoritas a levantar o troféu, numa partida que vai definir quem avança para os quartos-de-final. Contudo, apesar de ser meia portuguesa, apenas conhece duas jogadoras da equipa das quinas. “Era muito próxima da Amanda da Costa porque joguei com ela no Liverpool. Ela estava na mesma situação do que eu – é americana mas com pais portugueses – e fazíamos piadas em que dizíamos que deveríamos jogar por Portugal juntas se não tivéssemos hipóteses de representar os Estados Unidos ou a Inglaterra. A Amanda acabou por decidir por Portugal e eu fiquei por Inglaterra. Provavelmente, vamos trocar de camisolas. Seria bom ter uma camisola de Portugal”, confessou a defesa, que também conhece uma futebolista do Sporting.

“Conheço a Ana Borges, que jogou no Chelsea, mas como o inglês não era muito bom, falámos em português algumas vezes”, continuou a internacional inglesa, cujo irmão nasceu em Portugal. “Crescemos com os dois idiomas. O nosso pai falava connosco em português, mas respondíamos sempre em inglês, por isso não me sinto muito confortável no português”, revelou a britânica, que cumpriu os 90 minutos em cada uma das duas primeiras jornadas do Europeu, diante de Escócia e Espanha.

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