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Investigador português participa em estudo mundial sobre obesidade

João Fernandes, da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica – Porto, é um dos investigadores que participa num estudo sobre obesidade e excesso de peso a nível mundial. A investigação acaba de ser publicada na prestigiada revista The New England Journal of Medicine e está já a ser divulgada pelos principais canais de comunicação, nomeadamente no New York Times, no The Guardian, na CNN ou na BBC. Refira-se que o estudo, que conta com a colaboração do investigador português, se centra na análise e interpretação dos níveis de obesidade e excesso de peso num total de 195 países, assim como na identificação dos principais problemas de saúde associados a um índice de massa corporal (IMC) elevado.

Coordenado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington, e financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, o estudo demonstra que a obesidade e o excesso de peso estão a ganhar expressão a nível global e que o IMC se assume como um fator de risco para um conjunto de doenças crónicas em expansão, nomeadamente problemas cardiovasculares, diabetes ou múltiplos tipos de cancro. A equipa de investigação avaliou, ainda e sistematicamente, o predomínio do excesso de peso entre crianças (menos de 20 anos de idade) e na população adulta (25 anos de idade ou mais), analisando a relação causal entre um alto IMC e vários tipos de doença. Os resultados revelam que a alteração do IMC poderá estar relacionada com doenças cardíacas, com acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos, com doença cardíaca hipertensiva e, ainda, com a diabetes.

Os dados divulgados revelam que, em 2015, cerca de 107,7 milhões de crianças e 603,7 milhões de adultos sofriam obesidade em todo o mundo. O predomínio geral de obesidade foi de cinco por cento entre as crianças e de 12 por cento nos adultos, sendo que, neste caso, o índice de obesidade era geralmente maior entre as mulheres, em todas as faixas etárias. O pico de obesidade foi observado entre os 60 e 64 anos (nas mulheres) e entre os 50 e 54 anos (nos homens). Já no que às crianças diz respeito, os dados recolhidos, em 2015, revelam que a obesidade diminuiu com a idade, até aos 14 anos, aumentando posteriormente. Entre 1980 e 2015, as taxas de crescimento da obesidade infantil mundial foram iguais para meninos e meninas, em todas as faixas etárias.

O estudo – que se centra no impacto que um índice de massa corporal elevado possui na saúde – revela que em 2015, aproximadamente quatro milhões de pessoas faleceram devido a doenças relacionadas com excesso de peso, no entanto, apenas 60 por cento eram tecnicamente obesas (IMC igual ou superior a 30). As restantes 40 por cento sofriam de excesso de peso, mas não de obesidade (IMC entre 25 e 29). Aproximadamente 70 por cento das mortes relacionadas com um IMC elevado estão relacionadas com doenças cardiovasculares. As conclusões indicam, ainda, que, durante a última década, os investigadores propuseram uma série de intervenções para reduzir a obesidade, restringindo, por exemplo, a publicidade de alimentos não saudáveis para crianças ou apostando em lanches escolares mais saudáveis.

Relativamente a Portugal, refira-se que a taxa de obesidade em menores de 20 anos quase triplicou entre 1980 e 2015, passando de três para oito por cento, aproximadamente. Já no que à população adulta diz respeito, a obesidade afeta, em Portugal, mais adultos do sexo feminino do que do sexo masculino (22 e 17 por cento, respetivamente). Destaque-se, ainda, que, nos últimos 35 anos, em adultos do sexo masculino, a obesidade duplicou (de aproximadamente sete para 17 por cento).

A Escola Superior de Biotecnologia integra a Universidade Católica Portuguesa, no Porto, e oferece cursos de Licenciatura, Mestrado, Doutoramento e Pós-Graduação nas áreas das ciências da vida (nutrição, microbiologia) e engenharia (alimentar, ambiente e biomédica). Foi pioneira no lançamento da formação em Engenharia Alimentar em Portugal, há mais de 30 anos, oferecendo ainda a única licenciatura em Microbiologia existente no país. O suporte científico aos vários cursos é garantido pela investigação desenvolvida no seu Centro de Investigação – Centro de Biotecnologia e Química Fina – CBQF, que detém o estatuto de Laboratório Associado e participa ativamente em mais de 40 redes nacionais e internacionais.

A Universidade Católica Portuguesa faz parte do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas. Tem como missão produzir e partilhar conhecimento crítico, inovador e socialmente relevante, ao serviço do desenvolvimento integral da pessoa e em prol do bem comum buscando o objetivo de formar para a confiança e estimular em alunos, docentes, investigadores e funcionários o gosto por aprender e aprofundar conhecimentos, na busca continuada da verdade. Está localizada em Braga, Lisboa, Porto e Viseu contando com cerca de 12.000 alunos. No Porto, integra a Católica Porto Business School, a Escola das Artes, a Escola Superior de Biotecnologia, a Faculdade de Direito – Porto, , a Faculdade de Educação e Psicologia, a Faculdade de Teologia – Porto, o Instituto de Bioética e o Instituto de Ciências da Saúde – Porto.

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