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Filme português acrescentado à seleção de Cannes

O filme “A fábrica de nada”, do realizador português Pedro Pinho, foi adicionado à programação da Quinzena dos Realizadores, um dos programas paralelos do festival de Cinema de Cannes, em maio em França.

A Quinzena de Realizadores decorrerá de 18 a 28 de maio, e a programação oficial foi anunciada na semana passada, mas o filme de Pedro Pinho é agora adicionado numa “sessão especial”, por decisão da organização.

“A fábrica de nada” é “um filme original que varia entre o drama íntimo, a comédia social realista e inclui um momento musical”, afirma o responsável pela Quinzena, Édouard Waintrop, através do Twitter.

Esta será a estreia de Pedro Pinho em Cannes, com um filme “sobre a incapacidade aparente de as pessoas se juntarem e conseguirem mudar as coisas. É sobre a impotência de se agir em conjunto sobre o que se passa à volta”, explicou o realizador à agência Lusa.

Não sendo sobre a crise económica portuguesa e sobre a presença da ‘troika’ em Portugal, é um filme que está contaminado por esse período da história recente.

Rodado entre 2014 e 2015, o filme conta a história de um grupo de operários que tenta salvar uma fábrica que vai ser deslocalizada. O elenco integra atores profissionais e não profissionais.

Pedro Pinho descreve “A fábrica de nada” como um “filme bastante coletivo” com o argumento trabalhado com Leonor Noivo, Tiago Hespanha e Luísa Homem, a partir de testemunhos de operários.

“É um filme longo, com bastante palavra e quisemos fazer experiências, sem concessões. [Estar na Quinzena dos Realizadores] vai dar outra visibilidade ao filme”, disse.

“A fábrica de nada” é a primeira longa-metragem de ficção de Pedro Pinho, que se junta à média-metragem “Um fim do mundo”, estreada em 2013, em Berlim, e aos documentários “Bab Sebta” (2008), feito com Frederico Lobo, e “As cidades e as trocas” (2014), correalizado com Luísa Homem.

Na semana passada, a Quinzena dos Realizadores anunciou a programação geral, que inclui duas curtas-metragens portuguesas: “Farpões, baldios”, de Marta Mateus, e a animação “Água mole”, de Laura Gonçalves e Xá.

“Farpões, baldios”, produzido pela C.R.I.M., é a primeira curta-metragem de Marta Mateus e “aborda a luta dos trabalhadores rurais alentejanos por melhores condições de trabalho e de vida”, lê-se na nota de imprensa da agência Portugal Film.

“Aqui conta-se às novas gerações a história de uma velha luta vivida por quem, privado da infância, cresceu a trabalhar nos campos”, refere a mesma fonte.

“Água mole”, com produção da Bando À Parte, é uma curta de animação feita com recurso a gravura, que combina relatos reais e uma narrativa ficcionada sobre a desertificação do interior do país.

Criada há quase 50 anos pela Associação dos Realizadores de Cinema, a Quinzena dos Realizadores apresentará cerca de trinta filmes, entre os quais, em estreia mundial e na sessão de abertura, “Un beau soleil intérieur”, de Claire Denis, com Juliette Binoche e Gerard Depardieu.

“Patti Cake$”, primeira longa-metragem de Geremy Jasper, encerrará a Quinzena.

Na Semana da Crítica, outro dos programas paralelos de Cannes, estará o filme “Coelho Mau”, do realizador Carlos Conceição.

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