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Festa do Espírito Santo atrai mais luso-americanos a Artesia

Quatro bandas filarmónicas encheram de sons portugueses as ruas de Artesia este fim de semana, acompanhando rainhas e bandeiras de Portugal que desfilaram na Festa do Espírito Santo daquela cidade californiana, num evento que atraiu mais luso-americanos.

Há 91 anos que se repetem em julho as celebrações em Artesia, perto de Los Angeles, Estados Unidos, uma tradição trazida pelos imigrantes açorianos que fundaram o Divino Espírito Santo (D.E.S.) Portuguese Hall, em 1927.

Este ano “houve muito mais gente”, disse à Lusa o mestre da filarmónica de Artesia, David Costa, apontando para “bem mais de mil pessoas” na celebração de quatro dias.

Debaixo de um calor intenso, a comunidade luso-americana cumpriu a tradição da missa portuguesa com a coroação das rainhas, que vieram de várias cidades vizinhas.

É uma forma de “manter as tradições vivas”, explicou a presidente da Festa do Espírito Santo deste ano, Elizabeth Gonçalves, já que todos se apoiam “uns aos outros” participando nas festas locais, reforçou.

Muitas das rainhas e aias, sobretudo as mais novas, pouco ou nada falam de português, mas “conseguem entender”, acrescentou a responsável.

Com várias gerações de luso-americanos presentes, o folclore, as cantigas e as danças funcionam como um aglutinador da diáspora que é reavivado constantemente.

“O coração desta comunidade portuguesa é o Divino Espírito Santo e esta é a grande festa em sua honra”, disse Elizabeth Gonçalves.

A organização vai de porta em porta pedir donativos e quase tudo é feito em regime de voluntariado.

A identidade portuguesa nesta celebração também se faz muito pela barriga. Às sete da manhã de domingo, já havia mulheres a descascarem batatas e cenouras e homens a cortarem a carne na cozinha do D.E.S. Hall.

A organização distribuiu bolo de massa sovada, um doce regional muito popular nos Açores, e as tradicionais “sopas” do Espírito Santo, que este ano levaram não só o pão ensopado na água da carne, mas também a batata, cenoura e couve do cozido à portuguesa, para “agradecer a todos” pela ajuda.

Além do cortejo pelas ruas da cidade com as bandas filarmónicas de Artesia, Chino, Tulare e Escalon, atuaram os grupos folclóricos Pérolas do Atlântico da Casa dos Açores e do Ontário, Canadá, e Retalhos Antigos de Artesia.

Em parte, foi a presença destas bandas que explicou o aumento da afluência à festa este ano. No entanto, o mestre David Costa referiu ainda a importância da homenagem ao cônsul honorário de Portugal em Los Angeles, John Martins, que morreu em junho num acidente rodoviário.

O músico português da banda Extreme, Nuno Bettencourt, participou no concerto de tributo a John Martins com a banda 562, na qual o cônsul honorário e ex-mayor de Artesia tocava. Foi um momento “emotivo”, disse a irmã de John Martins, Liz Rodrigues, que ofereceu uma “sensação de união” na comunidade.

A Festa termina hoje com uma tourada sem sangue na praça de touros do D.E.S. Portuguese Hall, um evento que, segundo Elizabeth Gonçalves, “está a tornar-se muito popular” até mesmo fora da comunidade portuguesa.

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