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Eu? Tanásia Com Prazer!

A Assembleia da República vai discutir e votar na próxima semana, na generalidade, os quatro projectos de lei (PAN, BE, PS e PEV) para despenalizar e regular a morte medicamente assistida, vulgo eutanásia. No fundo trata-se de uma meta-decisão, ou seja, de decidir sobre quem pode decidir o fim da nossa vida ou o início da nossa morte.

Se já havia o conceito de “direcção assistida”, temos agora o conceito de “morte assistida” e, tal como o primeiro, visa suavizar o acto de conduzir um enfermo incurável e em sofrimento extremo para o mundo dos mortos. Parece que é no “assistir” que está a diferença: suaviza a coisa, seja ela a condução de um pesado de mercadorias carregado de porcos rumo ao matadouro, seja ela a morte de um ser humano em desumano suplício!

Tal como acontece com todos os temas fracturantes, as posições extremam-se sem que se esclareça seja o que for. Por um lado temos os defensores da eutanásia com o argumento de que cada um tem o direito de querer morrer com dignidade, nomeadamente se se encontrar numa situação de doença incurável, ou similar, que lhe provoque um sofrimento intenso. Por outro lado temos os opositores da eutanásia com o argumento de que a vida humana é inviolável e que se deve apostar nos cuidados paliativos.

Agora vamos cá esclarecer e definir o que é “sofrimento intenso”. Por acaso “sofrimento intenso” é aquele sofrimento pelo qual têm passado os adeptos e jogadores do Sporting ao longo das últimas semanas, ao assistir à morte nada assistida (diria mesmo à bruta) do seu clube, às mãos do Dr. Bruno de Carvalho? Luz verde para a eutanásia? De facto, o Sporting encontra-se em agonia extrema e qual a melhor solução? Eutanasiá-lo com uma boa dose de comprimidos azuis e vermelhos, tradicionalmente tóxicos para os leões, ou deixar este clube, que já foi grande e campeão, entregue à sua triste sorte nas mãos de um sádico que o vai fazer sofrer a bom sofrer até ao seu último suspiro?

Agora vamo-nos debruçar sobre o conceito de “inviolável”: será que aqueles que dizem que a vida humana é inviolável são os mesmos que acreditam que os e-mails do Benfica são, também eles,invioláveis? Bem vistas as coisas, basta pagar uns bons milhares de euros para tornar, quer a vida humana quer os e-mails, invioláveis. De que forma? Na vida humana, quem tem mais dinheiro, consegue pagar melhores cuidados de saúde em geral, onde se incluem os paliativos e assim aumentar a “inviolabilidade” da sua vida nem que seja por mais um mês ou dois. No caso dos e-mails, é só pagar a uma empresa de segurança cibernética para codificar as mensagens que a inviolabilidade dos e-mails fica garantida. Fica visto que em questões de inviolabilidade, seja da vida, seja dos e-mails, tudo se resume a uma questão de vil metal.

Falemos agora da posição dos médicos: a Ordem dos Médicos é contra a eutanásia porque diz que a classe tem obrigação de cumprir com o Código Deontológico da sua profissão. Gentil Martins, antigo bastonário da Ordem dos Médicos, também evocou as indicações da Associação Médica Mundial no sentido de “manter o juramento hipocrático” de defesa da vida, independentemente das legislações nacionais. Mas que grande hipocrisia que reina no reino da medicina: eu quando estou doente, se não largo umas centenas de euros, os médicos estão-se a marimbar para a minha vida e para o juramento de Hipócrates. Então e suponhamos que um médico decide quebrar o seu juramento de Hipócrates para praticar eutanásia. Suponhamos agora que esse médico ao praticar eutanásia sobre um doente, falha, e esse doente não morreu, continuando vivo. Poder-se-á dizer que esse clínico cometeu um erro médico? E como tal, poderá ser alvo de um processo interposto pela Ordem dos Médicos por ter cometido esse erro médico?

Já a Associação de Cangalheiros de Portugal está a fazer lobby pela legalização da eutanásia, tendo oferecido, inclusive, aos deputados da nação um caixão a cada um, no sentido de não deixar morrer as propostas que irão a parlamento da próxima semana sobre a legalização da morte assistida. Jerónimo de Sousa foi o único a recusar a oferta, tendo justificado: “Não preciso, porque já durmo num caixão bem jeitoso oferecido pelo camarada Cunhal”.

Como se vê, uns lutam para morrer com dignidade enquanto outros lutam para morrer com sofrimento atroz até à última! Mas andam todos aziados ou quê? Proponho, pois, a criação domovimento “Direito a Morrer Sem DignidadeNenhuma – Eu? Tanásia Com Prazer”, em que o doente terminal é levado para o nightclub mais próximo da sua residência e é-lhe ministrado um show de streatease enquanto duas simpáticas senhoras em lingerie lhe servem champanhe (ou dois senhores , caso se trate de uma paciente feminina). Proponho ainda que, de seguida, o doente tenha direito a uma intensa sessão de sexo com duas mamalhudas e com direito a show lésbico(claro que se o doente for do género feminino, é show gay). Garanto que o doente terminal morre sem sofrimento, morre feliz e parte com prazer para o outro mundo!

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