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É Dezembro e é Páscoa

Que nada fique por dizer, nada.
Que tudo seja dito. Na hora certa.
Que nada mais do que deve ser dito,
Seja dito, realmente.

Que a calúnia, a maledicência
Jamais seja dita.
Que todas as outras palavras
Sejam ditas. Mas na justa medida.

Que as palavras
Mais calorosas, somadas, sejam multiplicadas
Pelas de amor.
E que o próprio amor seja dividido entre todos.

Que todos os dias sejam dias
Maiores, se os outros forem diminutos.
O calor se sobreponha ao frio.
Quer no corpo
Quer no cérebro.

E que viver
Seja todos os dias.
Que todos os dias
Nasçam crianças
E homens,
Com cérebro mais escorreito.

Aqueles que perecem
Sem que a data devesse chegar
Voltem do célico
Ao telúrico.

E os que da lei da vida se vão libertando
Porque o seu tempo – a sua idade chegou
Pereçam com sorrisos
E adeuses que vejamos e oiçamos.

E quando a saudade aumentar
Nos venham visitar
Pois é deles o reino da terra
E do tempo.

Mário Adão Magalhães
2013/12/21

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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