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Da cara ou coroa ou das duas faces da mesma moeda

Os mesmos elementos em situações idênticas, reagem em posições liminarmente opostas e admiráveis ou indignantes.

Na Festa das Vitórias, na Lixa, em 2014, tivemos conhecimento que um elemento da GNR que estava a exercer o seu mister foi abordado por um automobilista com dificuldades locomotoras, no sentido que aquele cívico facilitasse meia dúzia de metros para que pudesse ver melhor o fogo pirotécnico.

O cívico educadamente aproximou-se do carro do indivíduo com dificuldades locomotoras, e com delicadeza e atenção ouviu-o.

Explicou que o fogo estaria a começar, e pediu que tivesse cuidado onde estacionasse para não perturbar nem ser alvo de perigo.

Eu soube disto. Soube que o automobilista, ante humildade e bondade extrema do cívico, levei aquilo como um exemplo e profissionalismo e comovido, sim, porque me comovi, é normal que o automobilista tenha acatado rigorosamente como foi aconselhado, mas porque sou humano tive vontade de ir ao Posto da GNR da Lixa, tentar saber quem foi o cívico e apresentar-lhe um agraciamento pessoal e oficial.

Passado um ano, pelo São Pedro, de 2015, desta vez na cidade de Felgueiras, nos mesmos moldes o automobilista apresenta a mesma questão ao cívico que acautelava o trânsito e recebe igual procedimento e avisou através do equipamento de comunicação que ali ia um automóvel com autorização.

Claro que o automobilista mais uma vez sensibilizado, ligou os intermitentes e ainda andou um quilómetro e estacionou onde fora indicado.

Eu gostava de escalpelizar isto e mostrar que a prevenção é o melhor procedimento. Um transgressor fica aborrecido se é multado e mais alegre se for advertido. E mais dificilmente prevarica.

Mas hoje mesmo vi algo de prepotência e intolerância. Um senhor de cadeira de rodas apenas com os cotos de ambas as pernas. Tinha acabado de entrar num estabelecimento da cidade.

Dois cívicos sem delicadeza nem educação chegam no encalço, alegam que o senhor estava etilizado e que não lhe devia ser servido o néctar que pediu e realmente pareceu ser de teor alcoólico. Sabemos que a lei tem regras para estes procedimentos. Não se pode vender álcool a quem se apresente visivelmente etilizado.

Vi os cívicos abordar os funcionários no sentido que não poderiam fornecer o néctar etilizado. Um ordenou que no outro dia queria falar com o proprietário do estabelecimento, mesmo com uma arrogância incontida em prosápia.

Mais uma vez: fiquei mal disposto e por hoje não me alongo, até mais ver.

Mário Adão Magalhães 2016/06/29 23. 31h(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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