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Comissão Europeia quer turistas chineses em destinos menos óbvios

A diretora-geral da Comissão Europeia para o Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PME, apontou a necessidade de atrair turistas chineses para além dos destinos “óbvios”, reclamando maior integração na oferta turística europeia.

“Temos tentado atrair turistas chineses para lá dos [destinos] óbvios”, afirmou Lowri Evans, na conferência de imprensa que antecedeu a cerimónia de encerramento do Ano do Turismo UE-China, em Xian, noroeste do país asiático.

Reconhecendo que cada membro da União Europeia (UE) tem “muitos” produtos no setor turístico, Evans afirmou que é preciso “embrulhar” essas ofertas, visando “facilitar a visita a múltiplos destinos” por visitantes chineses.

“Praticamente todos os países membros estão alinhados no entendimento de que se deve melhorar ligeiramente a integração da oferta turística na UE”, disse.

A diretora-geral destacou a criação da plataforma World Heritage Journeys, que tem versão em chinês, e convida os viajantes a percorrer quatro itinerários – Europa Real (inclui Sintra), Europa Antiga, Europa Romântica e Europa Subterrânea.

A plataforma foi elaborada em conjunto pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e a publicação National Geographic, e cofinanciada pela Comissão Europeia.

“Isto é muito mais interessante do que, digamos, os destinos clássicos de compras na Europa. Se bem que, por favor, venham à Europa fazer compras também”, disse Lowri Evans.

A diretora-geral sublinhou ainda a importância da colaboração entre as entidades turísticas europeias e a ‘super’ aplicação chinesa Wechat.

No âmbito do Ano do Turismo, a UE lançou uma campanha através do Wechat, visando divulgar os “valores, economia, cultura e estilo de vida da UE e dos 28 Estados-membros”, através de textos, podcasts, infografias e vídeos.

“Das minhas visitas à China, percebi o quão importante é o Wechat, e o quanto muitos chineses usam o Wechat”, afirmou.

Criado em 2011 pelo gigante chinês da Internet Tencent, o Wechat é hoje indispensável no dia-a-dia na China, unindo as funções de rede social, serviço de mensagens instantâneas, carteira digital ou tradutor.

“Estas ‘apps’, e esta aproximação pessoal através dos meios digitais, julgo que será uma plataforma muito boa no futuro”, disse.

A China é já o maior emissor mundial de turistas.

No ano passado, 129 milhões de chineses viajaram para o estrangeiro – mais 5,7% do que no ano anterior -, entre os quais 13,6 milhões visitaram a Europa.

Evans estimou um aumento de 4% no número de visitantes chineses para este ano.

Segundo dados enviados pelo Turismo de Portugal à agência Lusa, nos primeiros seis meses do 2018, o número de turistas chineses em Portugal cresceu 16,5%, para mais de 171.000.

O número de dormidas aumentou também em 14,4%, no mesmo período, para 272.154.

O Ano do Turismo UE-China foi anunciado em julho de 2016, pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, visando aumentar as visitas em ambas as direções.

Depois de ter sido inaugurado há um ano, em Veneza, o programa foi oficialmente encerrado na porta sul da muralha de Xian, a capital da província de Shaanxi, a cerca de mil quilómetros de Pequim.

Xian é uma das mais importantes cidades da China Antiga, servindo de capital ao longo de dez dinastias, incluindo os Qin (255 a 206 a.C.), Han (206 a.C. a 220 d.C.) e Tang (618 d.C. a 907 d.C.), e acolhe o “Exército de Terracota”, uma das principais atrações turísticas do país.

O ato abriu com uma reprodução das cerimónias de boas-vindas durante a Dinastia Tang, seguida de um espetáculo de luzes 3D, com várias paisagens da Europa, e de um concerto pela Orquestra de Jovens da União Europeia, que inclui dois músicos portugueses.

Além de Lowri Evans, também o embaixador da UE na China, Nicolas Chapuis, e o vice-governador da província de Shaanxi, Fang Guanghua, participaram no evento.

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