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Autópsia desmente alegações de fratura no pescoço do português que morreu em Londres

As autoridades britânicas desmentiram este sábado que a morte do jovem português Edir da Costa em Londres tenha sido a fratura de pescoço ou outra lesão causada pela polícia, informações que têm sido partilhadas pela imprensa britânica e redes sociais.

“A autópsia preliminar descobriu que o Sr. Da Costa não sofreu uma fratura do pescoço, nem qualquer outra lesão na coluna durante sua interação com a polícia”, vincou a Comissão Independente de Queixas contra a Polícia (IPCC).

O médico legista, continuou a IPCC em comunicado emitido hoje, determinou também que não houve uma fratura da clavícula nem derrame no cérebro.

A agência, que é responsável por averiguar as circunstâncias de quaisquer alegados abusos pelas forças policiais, garantiu que “investigações rigorosas sobre a causa da morte continuam, inclusive sobre o uso da força”.

Edir Frederico da Costa, de 25 anos, morreu na quarta-feira no hospital de Newham, onde se encontrava internado nos cuidados intensivos desde 15 de junho, após um alegado uso de força excessiva por parte de agentes da polícia.

O português, a residir no Reino Unido desde 1996, encontrava-se num carro com duas outras pessoas, um amigo e a mulher, quando foi abordado por polícias em Beckton, no este de Londres pelas 22:00 horas.

O pai, Ginario da Costa, disse à agência Lusa esta semana que o filho terá resistido, alegando que não tinha feito nada de mal, mas os polícias tentaram prendê-lo e terão usado gás pimenta.

“Ele caiu no chão e um polícia colocou-lhe um joelho em cima da garganta”, descreveu, de acordo com relatos das pessoas que acompanhavam.

Edir da Costa ter-se-á sentido mal e foi levado de urgência para o hospital, onde foi internado em estado grave, tendo acabado por morrer cinco dias depois.

A IPCC disse que hoje contactou o progenitor para informá-lo do que descobriu o médico legista e “corrigir algumas informações erradas que estão a ser amplamente compartilhadas nas redes sociais”.

A morte do jovem português tem sido partilhada e comentada com indignação nas redes sociais, denunciando a ação da polícia.

Entretanto, a Polícia Metropolitana também alertou para a “especulação” que está a circular nas redes sociais e remeteu para a IPCC o apuramento do que se passou.

“Sempre que alguém morre após um contato com a polícia, é absolutamente justo que as circunstâncias completas sejam investigadas para estabelecer exatamente o que aconteceu”, indicou o comandante-chefe de Newham, Ian Larnder, num comunicado.

Os agentes terão de explicar as suas ações, prometeu, admitindo que o inquérito possa demorar algum tempo.

“Eu sei que a família de Edir, os amigos e a comunidade em geral querem respostas, mas é importante que a investigação seja realizada para estabelecer os fatos completos sobre o que aconteceu antes de serem feitas conclusões”, vincou.

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