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Autarcas luso-franceses prometem mais propostas e iniciativas

Os autarcas de origem portuguesa querem que sejam tomadas em consideração, “junto dos sucessivos governos” franceses e em “vários pontos do país”, as suas “propostas e iniciativas”, disse o presidente da associação de autarcas de origem portuguesa em França.

Paulo Marques, o líder da associação Cívica, criada há 17 anos, explicou que os portugueses e franco-portugueses começaram a implicar-se mais na participação cívica a partir de 2008 e que, em 2014 houve uma “participação muito maior com perto de 4.000 autarcas de origem portuguesa em França”.

“Com esta população de autarcas conseguimos chegar a vários pontos do país, pela base, pelos autarcas, que são muitos hoje, o que nos permite aceder aos sucessivos governos. Para nós é essencial que se tome em consideração as propostas, iniciativas da associação de autarcas Cívica”, afirmou o também conselheiro municipal em Aulnay-sous-Bois.

Paulo Marques referiu que os autarcas têm estado empenhados em “campanhas de sensibilização” para incitar ao recenseamento eleitoral para as presidenciais e legislativas deste ano em França, lembrando que as iniciativas vão continuar tendo em vista as autárquicas de 2020.

Por outro lado, o presidente da Cívica lembrou que no final do ano há eleições senatoriais, nas quais votam os chamados “grandes eleitores”, nomeadamente os autarcas, incluindo os de origem portuguesa.

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Cerca de uma centena de eleitos de origem portuguesa reuniram-se, domingo, no Congresso anual da associação Cívica, no Hôtel des Invalides, para falar sobre campanhas de cidadania e iniciativas locais em termos de educação, como a criação de uma banda desenhada para sensibilizar as crianças para a participação cívica e política.

“O objetivo é que eles [as crianças] sejam os futuros conselheiros municipais, autarcas de origem portuguesa em França, mas o primeiro objetivo é a participação, a educação para a cidadania e dar apoio aos autarcas para poderem fazer esse trabalho no terreno”, explicou Paulo Marques.

A banda desenhada vai ser lançada, em setembro, com uma tiragem de 50.000 exemplares, 5.000 dos quais em português, e vai contar as peripécias de Hugo e Léa, dois irmãos que vão participar em campanhas eleitorais para serem eleitos nos Conselhos Municipais das Crianças e Jovens.

“A ideia é criar um instrumento pedagógico para os professores, as famílias, os autarcas para incitar os jovens a participar nos chamados Conselhos Municipais das Crianças, para se formar um espírito de cidadania. Faz sentido ser editada em português porque há uma forte comunidade de portugueses em França e é uma forma para os pais e avós de descobrirem também a banda desenhada”, explicou à Lusa o seu criador, Mathieu Soliveres.

Rui Barata, Conselheiro das Comunidades Portuguesas e representante da delegação cívica na região da Alsácia, sublinhou à Lusa que “uma das principais ações da associação são as campanhas de sensibilização para a participação cívica dos portugueses” e considerou que “os portugueses, muitos deles, não têm esse hábito de se interessarem nos atos eleitorais, mas isso está a mudar”.

“Há trabalho a fazer. Eu não posso dizer que os portugueses estão envolvidos. Os portugueses deveriam estar mais envolvidos e é nisso que a Cívica também tem um trabalho importante que é de sensibilizar”, explicou Rui Barata.

A reunião contou também com a participação dos deputados eleitos pelo círculo da emigração da Europa, Carlos Gonçalves (PSD) e Paulo Pisco (PS), Francisco Martins, membro da Comissão Nacional das Eleições, e Armando Vieira, vice-presidente da Associação Nacional de Freguesias.

Os membros da Associação Cívica vão fazer uma visita de estudo a Lisboa, Alentejo e Albufeira de 29 de outubro a 01 de novembro no âmbito do alargamento da cooperação França-Portugal.

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