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Alexandre Santos: um português na Fórmula 1

A trabalhar na equipa de Fórmula 1 Williams, Alexandre Santos, de 24 anos, antigo aluno do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), explora paixão antiga pelas “quatro rodas” e garante que o só tempo ditará o regresso a Portugal.

O engenheiro, que cultiva o entusiasmo por carros e pela competição desde que aprendeu a andar de bicicleta e, mais tarde, a fazer ‘moto enduro’ (modalidade de motociclismo praticada em pistas de todo-o-terreno) com o pai, só percebeu que podia seguir uma carreira na área quando ingressou no ISEP.

Alexandre Santos cresceu numa aldeia perto da Marinha Grande, onde fez todo o percurso escolar como “um aluno irrequieto e conversador”, com “relativamente boas notas” e contou à Lusa que o seu desejo era “sair de casa” e conquistar a sua “independência”.

Indeciso entre arquitetura e engenharia mecânica, acabou por optar por engenharia mecânica automóvel (LEMA), no ISEP, curso que concluiu em 2013 e que lhe “transmitiria todos os cruciais conceitos de engenharia como Física e Matemática”, aplicados a algo de que gostava.

Depois de licenciado, fez uma pós-graduação em ‘Lean Management’, candidatando-se, de seguida, ao mestrado em ‘Motorsport Engineering’, na ‘Oxford University’, em Oxford, Inglaterra.

De regresso a Portugal, estagiou na empresa Visteon, em Palmela, mas rapidamente percebeu que queria voltar para Inglaterra, conseguindo um cargo na Jaguar Land Rover, “uma excelente empresa para se trabalhar, que tem crescido muito nos últimos anos”.

No entanto, o seu objetivo “sempre foi chegar à Fórmula 1”.

O sonho acabou por concretizar-se depois de uma entrevista na Williams, na qual foi escolhido para trabalhar na empresa, no desenvolvimento de modelos em ‘software’ de simulação que preveem como os sistemas do automóvel se comportam em pista.

Outra das funções que desempenha passa por utilizar esses modelos dos sistemas para ajudar os engenheiros de corrida, permitindo assim que mesmo antes de entrar em pista, o carro esteja “o mais perto possível da afinação ótima”.

A viver em Leamington Spa, “uma cidade simpática” a sul de Birmingham, trabalha com figuras de relevo da F1, o que é, para o antigo aluno do ISEP, “bastante inspirador”, visto tratar-se de profissionais que “já conquistaram tanto neste desporto” e estão “sempre dispostos a ajudar”.

Para além disso, segundo indicou, contacta diariamente com outras pessoas, “incrivelmente talentosas”, que, “pelas mais variadíssimas razões, não são tão mediáticas, mas são igualmente inspiradoras”.

Quanto à adaptação a Inglaterra, sente que teve duas experiências, uma enquanto estudante e outra enquanto trabalhador.

“Não posso dizer que a primeira tenha sido difícil, rapidamente fiz amigos de todos os cantos do mundo e gostava do que estava a estudar”, embora “a comida e o clima” sejam “muito diferentes”.

Enquanto trabalhador, demorou mais tempo a organizar-se, a “fazer amigos” e a sentir-se “confortável”, mas mais uma vez, “foi uma questão de tempo”.

Alexandre Santos, cujo objetivo atual é “aprender o mais possível”, espera, um dia, conquistar o campeonato do mundo de construtores.

Quanto ao regresso a Portugal, tem a certeza de que acontecerá, mas “quando e em que circunstâncias, só o tempo o dirá”.

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