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25 de Abril: Marcelo pede mais transparência ao poder político

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu mais transparência, rapidez e eficácia ao poder político, para prevenir os populismos, que, advertiu, se alimentam das suas deficiências e lentidões.

“Importa que todas as estruturas do poder político, do topo do Estado à Administração Pública e, naturalmente, aos tribunais, entendam que devem ser muito mais transparentes, rápidas e eficazes na resposta aos desafios e apelos deste tempo, revendo-se, reformando-se, ajustando-se”, declarou o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava na sessão solene comemorativa do 25 de Abril, na Assembleia da República, advertiu que “os chamados populismos alimentam-se das deficiências, lentidões, incompetências e irresponsabilidades do poder político, ou da sua confusão ou compadrio com o poder económico e social”.

“Preveni-los ou pôr-lhes cobro requer determinação, antecipação e permanente proximidade e satisfação das legítimas necessidades comunitárias”, defendeu.

Nesta intervenção, o Presidente da República elogiou a democracia portuguesa e a Assembleia da República, sustentando que é por ter “tanta diversidade e tão vigorosos combates políticos” que o sistema de partidos português “é dos mais estáveis na Europa”.

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa intervém na sessão solene comemorativa do 43º aniversário do 25 de Abril, esta manhã na Assembleia da República em Lisboa, 25 de abril de 2017. MIGUEL A. LOPES/LUSA

Em seguida, salientou a importância de prestigiar a Assembleia da República: “Prestigiá-la dá vigor à nossa democracia. Dela, permanentemente, fazer exemplo de discussão substancial, de elevação pessoal, de atenção aos portugueses, de visão de médio e longo prazo, protege-nos, a todos, contra a descredibilização da política, a tentação da demagogia, a revivescência de messianismos, oferecendo passados improváveis ou futuros ilusórios”.

“Neste tempo dos chamados populismos anti-institucionais, dos tropismos anti-sistémicos, é essencial tornar claro que nos orgulhamos dos nossos marcos históricos, queremos viver em democracia, sabemos que ela tem de ser mais livre e mais justa, mas sabemos, também, que valorizar a Assembleia da República, tal como todos os órgãos de soberania, e outras instituições constitucionais de referência, a começar pelas Forças Armadas, é condição insubstituível para que os portugueses nunca desistam do que andam a construir há mais de quarenta anos”, completou.

Marcelo Rebelo de Sousa fez também uma referência às eleições autárquicas deste ano, voltando a definir o poder local como “fusível de segurança” da democracia.

“O poder local não é isento de problemas e defeitos, como toda a obra humana, mas tem direito a ser, como um todo, celebrado, por uma vez, num 25 de Abril”, considerou.

Quanto às eleições deste ano, o Presidente da República formulou o seguinte voto: “Que a nova legislatura autárquica traga consigo, quer nas áreas de satisfação de necessidades clássicas ou básicas, quer no desenvolvimento económico, ambiental, social e cultural, e, portanto humano, quer nas novas vias de participação popular, passos ainda mais arrojados, promovendo o progresso, combatendo a pobreza e o seu risco, e as desigualdades, e fomentando um clima livre, plural e crítico”.

“Espero-o, também, a duplo título, como Presidente da República e antigo autarca”, disse.

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